sábado, 26 de outubro de 2013

12 de Novembro: Dia do Psicopedagogo.


               Psicopedagogo: entre o ser e o saber existe você.


sábado, 19 de outubro de 2013

                    
                                           DA:
                         Desafio para Psicopedagogos

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       É importante salientar que as DA (Dificuldades de Aprendizagem) vêm atingindo os alunos de maneira a interferir não só na aprendizagem, mas também em todos os aspectos da vida, principalmente no social. Muitas dificuldades são diagnosticadas somente com o passar dos anos, permitindo assim perceber os distúrbios com clareza.


     


         Algumas crianças podem apresentar problemas/dificuldades em várias áreas de conhecimento, interferindo assim, na leitura e escrita, na matemática, história, ciências, geografia, bem como no aspecto da compreensão ou da expressão, podendo ser percebido também no relacionamento social e afetivo.


      Nos dias atuais a nossa sociedade tem como características o individualismo, o consumismo e a competição, e os alunos que apresentam essas DA acabam se sentindo desvalorizados, pois o fracasso escolar atinge o indivíduo como um todo, implicando em um rendimento inferior ao esperado pela idade, ou nível educativo e intelectual, e isso se estende para toda a vida, principalmente quando as dificuldades estão relacionadas à área da:

· Leitura;
· Escrita e cálculos;
· Podendo afetar a habilidade de ler;
· Escrever;
· Falar;
· Escutar;
· Soletrar;
· Recordar;
· Raciocinar;
· Aprender cálculos matemáticos e organizar as informações que recebe.

      
As crianças que apresentam dificuldades não compreendem por meio dos métodos com os quais a maioria das crianças consegue aprender. Cada pessoa tem suas características individuais e um ritmo diferente na aprendizagem, é por isso que em cada um as dificuldades se apresentam de uma forma subjetiva e o educador tem que saber trabalhar com essa intersubjetividade dos sujeitos. Transmitir conhecimento exige competência, criatividade, audácia, paixão, arte, espírito inovador, além do domínio das condições histórico/social, filosófico e psicológico.


     Um dos maiores problemas encontrados na escola pública brasileira hoje, é que as propostas escolares não conseguem ponderar as diferenças individuais dos alunos, e isso deve ter uma função fundamental quando se pensa em política de ensino. O sistema escolar deveria prestar mais atenção e considerar aquilo que é realmente fundamental para a educação, como levar em conta à realidade linguística de cada um, a história do seu alunado, a garantia de conteúdos com uma linguagem culta, educadores preparados e que compreendam a alfabetização, variação e dificuldades na aprendizagem, para que se possa prevenir esse grande problema que são as DA.

       É importante salientar que os educadores evidenciem com frequência questões biológicas, orgânicas, psicológicas, pedagógicas, de linguagem, familiares e sociais que se envolvem no processo de aprendizagem dos alunos, e com a complexidade dos fatores pode determinar as dificuldades de aprendizagem de modo interdisciplinar.

      As DA estão relacionadas à falta de motivação, pouco domínio de estratégias para a aprendizagem, por falta de compreensão das metodologias usadas e a ausência de interação entre os educadores e os alunos.

      Os problemas de aprendizagem não desaparecem, no entanto, a criança pode aprender a compensar suas dificuldades. Quanto mais cedo for realizada a intervenção de suporte, a criança poderá aprender a conduzir melhor suas dificuldades em aprender, essa intervenção é feita pela Psicopedagoga.

      É importante que todos os educadores, principalmente dos anos iniciais do ensino fundamental, estejam bem preparados, conhecendo as peculiaridades que apresentam as crianças que têm dificuldades para aprender.
As DA muitas vezes são ocasionadas por fatores externos como a sociedade e o meio em que vive a falta de oportunidades e, por fatores internos como os aspectos neurobiológicos, orgânicos e psíquicos.

Os principais fatores são:

· O orgânico que traz a falta de integridade neurológica;

· A alimentação inadequada e saúde física delicada.

      Os distúrbios podem ser ocasionados ou agravados por fatores relacionados à escola como a relação do educador, entre o educador e o aluno, pelos métodos didáticos, por situações familiares, pela personalidade da própria criança ou por dificuldades de educação. Não só ocorrem pela falta de habilidade intelectual, comunicativa ou afetiva do aluno, mas sim, pela afinidade que o mesmo tem no meio em que convive como a família e a escola.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013


     DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E NA ESCRITA: 
                                      O DESAFIO DESTE SÉCULO.


Dificuldade de aprendizagem são todas as dificuldades encontradas no âmbito escolar e relacionadas com a aprendizagem, esse artigo abordará principalmente as dificuldades relacionadas à área da leitura e da escrita.  Procuramos compreender como ocorre a aprendizagem, e a partir daí então, procuramos identificar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais que influenciam o processo de ensino/aprendizagem, especificamente da leitura e da escrita.

       Ao adentrar ao espaço escolar a criança se depara com situações desafiadoras e muitas vezes conflitantes. O ser humano desde o nascimento aprende e se desenvolve, segundo Vygotsky. Diferentemente da aprendizagem proporcionada pela família, primeiro ambiente de aprendizagem, ao meio escolar precisa planejar situações de aprendizagem, e essas requerem do educador pensar nas diferenças, nas individualidades. Nesse sentido convém lembrar que o processo de aprender é singular, ou seja, cada pessoa tem uma forma de reconstruir o seu conhecimento.



    Mas o grande desafio está em descobrir como cada sujeito aprende e principalmente dentro de um processo sócio histórico e como algumas crianças têm mais dificuldades para aprender do que outras. Dessa forma surgem então as seguintes indagações por parte de educadores e familiares:
Ø     Como ocorre a aprendizagem dos alunos que tem dificuldade de aprendizagem (DA)?
Ø      Qual a área de aprendizagem que as crianças encontram mais dificuldade na leitura ou escrita?
Ø     Como é o desenvolvimento psicossocial, emocional, cognitivo e físico?
Ø     Qual papel a escola assume frente ao desafio de ensinar?


 Sabe-se que as dificuldades de aprendizagem é um assunto bastante discutido e muito complexo, no entanto, segundo Gómez e Téran (2009), a aprendizagem depende de cada pessoa, é algo interno, mas acaba se constituindo a partir da interação entre os sujeitos, e ocorre ao longo da vida. No cérebro das pessoas ocorrem períodos que são fundamentais para desenvolver alguns estímulos, períodos estes sensíveis à estimulação ambiental, necessário para que ocorram mudanças. Esses períodos são chamados de janela de oportunidades (Gómez e Téran, 2009), onde a criança com três anos de idade assume o seu controle emocional, por volta de quatro anos começa a desenvolver o raciocínio lógico e matemático, aos seis anos desenvolve o vocabulário e as habilidades motoras, e finalmente com dez anos aprimora a linguagem e desperta o interesse pela música.
     Vale ressaltar que, para o alcance da aprendizagem, é importante respeitar que cada indivíduo aprende de uma maneira singular, dependendo da estrutura cerebral e afetiva de cada um. 
      Gómez e Téran ainda afirmam  (2009), que o homem já nasce inserido em uma sociedade organizada, com normas e uma história. A relação entre as pessoas permite que ocorram algumas manifestações simbólicas como a linguagem e o pensamento. Por meio desta relação entre o sujeito e o mundo, a aprendizagem continua ocorrendo, fazendo disso uma atividade funcional, com sentido e organização e para levar em consideração as bases neurofuncionais e os processos psicológicos é necessário ponderar os processos neuropsicológicos. 

      Entende-se como neuropsicologia o estudo dos distúrbios das funções superiores produzidos por alterações cerebrais, investigando, especificamente, os distúrbios dos comportamentos adquiridos, pelos quais cada homem mantém relações adaptadas com o meio. Somente há pouco mais de cem anos é que se passou a conhecer o funcionamento ao nível do córtex cerebral, por meio do estudo das lesões espontâneas localizadas e ressecções parciais do cérebro, que permitiram demonstrar que as diversas partes hemisféricas não possuem a mesma função e que existe uma organização cerebral semelhante em todos os indivíduos.

       Os processos neuropsicológicos, que envolvem o cérebro e o comportamento, e intervêm na aprendizagem são definidos como:
·  Processamento perceptivo ou gnosias;
·   Praxias ou processamento psicomotor;
·   Atenção;
·   Memória;
·  Percepção;
·   Pensamento e linguagem.
Vejamos: 
       As gnosias ou processamento perceptivo fazem referência ao reconhecimento do mundo, por meio da sensibilidade.
       A organização cognitiva cerebral está subordinada às capacidades gnósticas. Quando um estímulo visual, auditivo, olfativo ou tátil é captado por um receptor específico, localizado no órgão sensorial correspondente, é interpretado pelo sistema nervoso. (...) No córtex cerebral é iniciado o processo de reconhecimento configuracional. Esta é a fase perceptiva denominada processo gnósico ou gnosia.

        Dependendo da ação que valorizamos podemos utilizar diferentes formas de gnosias, por exemplo, a visual, auditiva ou tátil.
       As Apraxias ou processamento psicomotor é a execução de atos voluntários complexos e organizados, que aprendemos durante toda a vida. Tais movimentos vão se tornando mais elaborados e requintados a partir da repetição deles, como:

ü     Andar;
ü      Comer;
ü     Escrever. 
      
       As apraxias são as habilidades dirigidas à execução gestual, a praxia melocinética ou a ideomotora, praxias especificas com o buço facial. As funções executivas estão envolvidas no controle e na regulação de processos cognitivos mais simples.

       Essas aquisições motoras desenvolvem um exercício do sistema nervoso nomeado de psicomotricidade, esse processo abrange as interações cognitivas, emocionais, simbólicas e sensório-motoras, fazendo com que o indivíduo desenvolva sua personalidade de maneira íntegra.

       A atenção é método mais eficaz para a obtenção do conhecimento. Para que ocorra o processo de atenção é necessário a disposição neurológica do cérebro para receber os estímulos. Este procedimento tem seu desenvolvimento progressivo e complexo envolvendo o psicológico, neurológico e cognitivo.
Nessa perspectiva podemos até afirmar que a atenção é todo processo associado à seleção e à organização da informação, isto é, a uma atividade que processe os componentes básicos necessários para a concentração e a ação. Temos a atenção visual e a espacial. A percepção de faces é uma atividade de relevância no cotidiano do ser humano.

       Considera-se que a atenção é a maneira que admite sustentar a finalidade de aprender e lembrar, sendo um elemento imprescindível para a memória. 
A memória abrange a estruturação psíquica, neurológica e cognitiva. É através da memória que conseguimos recordar dos fatos passados, fator primordial para estruturar a aprendizagem através do registro das vivências. Todos os indivíduos possuem memória a curto ou longo prazo, sendo dividida em memória sensorial e memória declarativa.

     Quanto à memória sensorial, ela permite o registro de cada experiência sensorial. A existência dessa memória possibilita o reconhecimento configuracional, que nos permite vivência e experiência como nossa, como algo familiar. Já a memória declarativa é a habilidade de armazenar e recordar ou reconhecer conscientemente fatos e acontecimentos; a lembrança pode ser declarada, isto é, trazida à mente verbalmente como uma proposição, ou não verbalmente como uma imagem. Portanto, se houvesse a ausência da memória não seria possível fixar nem conservar as informações vivenciadas e experimentadas pelo ser humano.

       É importante destacar que a criança deve ser estimulada desde cedo a desenvolver a linguagem, pois isso a ajudará a fazer, a compreender e a descobrir fatos novos. Existem casos em que as crianças não demonstram interesse para falar, pedir o que querem e, quando querem alguma coisa apontam para o objeto. Essa ação faz com que a criança tarde o seu desenvolvimento linguístico e a maturação cerebral.



      Destacamos que o cérebro humano é composto por dois hemisférios, que são responsáveis pela organização da aprendizagem, onde o hemisfério direito responde às questões intuitivas, e o esquerdo as lógicas. O hemisfério esquerdo é responsável pelas funções de:
·                                Análise;
·                               Organização;
·                               Seriação;
·                               Atenção auditiva;
·                              Fluência verbal;
·                              Regulação dos comportamentos pela fala;
·                              Praxias, raciocínio verbal;
·                              Vocabulário, cálculo, leitura e escrita.

      É o hemisfério dominante da linguagem e das funções psicolinguísticas.
O hemisfério direito é responsável pelas funções de síntese:
·                Organização;
·                 Processo emocional;
·                Atenção visual;
·                 Memória visual de objetos e figuras.

 O hemisfério direito processa os conteúdos não-verbais, como as experiências, as atividades de vida diária, a imagem as orientações espaço-temporais e as atividades interpessoais. Muitas atividades exercidas precisam que os dois hemisférios atuem conjuntamente se complementando ou dependendo da ação realizada, um deles assume o controle e o outro continua a participar. Outro fator importante  é saber respeitar como cada aluno consegue aprender, sendo que cada indivíduo tem um modo diferente de assimilar o conhecimento. Alguns aprendem com mais facilidade através da observação ou vendo a expressão facial da pessoa que está transmitindo a mensagem, ou seja, da forma visual, outros são ouvindo as mensagens que estão sendo repassadas que conseguem compreender o que está sendo ensinado possuindo mais facilidade para se expressar oralmente, sendo este o estilo auditivo, temos ainda, os alunos que têm mais facilidade em aprender se conseguirem se envolver com o elemento de estudo através do fazer, ou por meio de atividades físicas ou manipulação de objetos, sendo que este é o modo físico de aprendizagem. 



      Ao se referir a um processo de ensino e aprendizagem precisamos considerar todas essas questões abordadas, principalmente se o objetivo é compreender as dificuldades de aprendizagem, do comportamento e dos relacionamentos dos alunos, que além de ser uma questão cognitiva, muitas vezes está relacionado com as questões institucionais relacionadas às instituições de ensino público. 
Nesse contexto remeter-se à escolarização do aluno significa considerar todo o processo de ensino-aprendizagem e a multiplicidade de elementos que este envolve, como:
Ø     O sistema político e econômico vigente;
Ø      A escola;
Ø      Sua política e proposta pedagógica;
Ø      Seus professores;
Ø      Sua formação, crenças e práticas pedagógicas;
Ø      Os alunos com suas capacidades e dificuldades.

       As dificuldades de aprendizagem, principalmente da linguagem, muitas vezes, estão relacionados com a falta de oportunidades de aprender, finalizamos dizendo que a escrita é relativa à cultura que pertencemos e aprendida pelo ensino, necessitando assim que o aluno além de desenvolver suas habilidades perceptuais e motoras, deva fazer parte de uma sociedade letrada.