segunda-feira, 28 de abril de 2014

                           Agora é a vez da decoração.

         Queridos leitores as duas primeiras semanas de maio vou escrever  sobre dicas para o "Dia das Mães", atendendo  pedidos das  minhas amigas educadoras. Já falamos  sobre a origem do dia e postamos  modelo de lembranças, agora vamos falar da decoração do espaço no dia da homenagem que é tão importante quanto as lembranças.

       Eu recomendo que façam na escola, se  tiver espaço claro. Realizando na escola  é bom porque pode ser uma excelente oportunidade para levar as mães até a escola, fazer ainda mais a integração escola x família. Convide algumas mães para ajudar na decoração, é preferível fazer todo decoração pela manhã se decidirem fazer jantar, assim dá tempo todas descansarem, ajeitar cabelos, unhas dentre outras coisas que mulher gosta de fazer para ficar mais bonita. Veja o modelo de alguns painéis  para ajudá-las. O próximo assunto estou pensando em cardápio. Então, boa festa!









sábado, 26 de abril de 2014


      Minha mãe, minha rainha!


      Mãe é a melhor coisa deste mundo, isso todos concordam. Tenho certeza disso. 2º domingo de maio é comemorado o dia das mães e os educadores tem uma grande preocupação, o que fazer envolvendo a turma para homenagear as mães já que muitos alunos fazem uma bagunça na hora de fazer uma atividade lúdica de pintura, corte e colagem. Eles jogam papel, tesoura, tinta, cola em todo lugar. 

      Bem, que tal começarmos pela origem da história do dia das mães? A mais antiga comemoração dos dias das mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses. O próximo registro está no início do século XVII, quando a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nesse dia, as trabalhadoras tinham folga para ficar em casa com as mães. Era chamado de "Mothering Day", fato que deu origem ao "mothering cake", um bolo para as mães que tornaria o dia ainda mais festivo.

     Nos Estados Unidos, as primeiras sugestões em prol da criação de uma data para a celebração das mães foi dada em 1872 pela escritora Júlia Ward Howe, autora de "O Hino de Batalha da República". Mas foi outra americana, Ana Jarvis, no Estado da Virgínia Ocidental, que iniciou a campanha para instituir o Dia das Mães. Em 1905 Ana, filha de pastores, perdeu sua mãe e entrou em grande depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a ideia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa. Ana quis que a festa fosse estendida a todas as mães, viva ou morta, com um dia em que todas as crianças se lembrassem de homenageassem suas mães. A ideia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais.

    Durante três anos seguidos, Ana lutou para que fosse criado o Dia das Mães. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas daquele estado. Rapidamente, outros estados norte-americanos aderiram à comemoração.

     Finalmente, em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913-1921), unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi da própria Ana Jarvis. Em breve tempo, mais de 40 países adotaram a data.

     O sonho foi realizado, mas, ironicamente, o Dia das Mães se tornou uma data triste para Ana Jarvis. A popularidade do feriado fez com que a data se tornasse um dia lucrativo para os comerciantes, principalmente para os que vendiam cravos brancos, flor que simboliza a maternidade. "Não criei o dia as mães para ter lucro", disse furiosa a um repórter, em 1923. Neste mesmo ano, ela entrou com um processo para cancelar o Dia das Mães, sem sucesso.

      Ana passou praticamente toda a vida lutando para que as pessoas reconhecessem a importância das mães. Na maioria das ocasiões, utilizava o próprio dinheiro para levar a causa a diante. Dizia que as pessoas não agradecem frequentemente o amor que recebem de suas mães. "O amor de uma mãe é diariamente novo", afirmou certa vez. Ana morreu em 1948, aos 84 anos. Recebeu cartões comemorativos vindos do mundo todos, por anos seguidos, mas nunca chegou a ser mãe.

Durante a primeira missa das mães, Anna enviou 500 cravos brancos, escolhidos por ela, para a igreja de Grafton. Em um telegrama para a congregação, ela declarou que todos deveriam receber a flor. As mães, em memória do dia, deveriam ganhar dois cravos. Para Anna, a brancura do cravo simbolizava pureza, fidelidade, amor, caridade e beleza. Durante os anos, Anna enviou mais de 10 mil cravos para a igreja, com o mesmo propósito. Os cravos passaram, posteriormente, a ser comercializados.

      No Brasil, o primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica. Então, já que sabemos agora da origem, que tal organizar a turma em dupla, decidir com eles que lembrancinha cada um que fazer, pode até fazer uma votação, exponha várias opções de lembranças a que tiver mais votos ganhará e será confeccionada pela turma. Boa aula e boa e festa! Veja alguns modelos de lembranças.







quinta-feira, 24 de abril de 2014

TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM



Dentre vários  transtornos de aprendizagem o mais frequente são: leitura e escrita.
O transtorno de leitura, também conhecido como dislexia, é caracterizado por uma dificuldade específica em compreender palavras escritas. Dessa forma, pode-se afirmar que se trata de um transtorno específico das habilidades de leitura, que sob nenhuma hipótese está relacionado à idade mental, problemas de acuidade visual ou baixo nível de escolaridade.
Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico de origem constitucional caracterizado por uma dificuldade na decodificação de palavras simples que, como regra, mostra uma insuficiência no processamento fonológico. Essas dificuldades não são esperadas com relação à idade e a outras dificuldades acadêmicas cognitivas; não são um resultado de distúrbios de desenvolvimento geral nem sensorial. A dislexia se manifesta por várias dificuldades em diferentes formas de linguagem frequentemente incluindo, além das dificuldades com leitura, uma dificuldade de escrita e de soletração.
No transtorno de leitura podem ser caracterizadas distorções, substituições e omissões de palavras na leitura oral. Tanto a leitura em voz alta, quanto à silenciosa caracterizam-se por lentidão e erros de compreensão.
O transtorno de escrita, também conhecido como Disortografia, consiste em habilidades de escrita acentuadamente abaixo do nível esperado. Geralmente, existe uma combinação de dificuldades na capacidade do indivíduo de compor textos escritos evidenciados por erros de gramática e pontuação dentro das frases, má organização dos parágrafos, múltiplos erros de ortografia e caligrafia ruim.
A disortográfica consiste numa escrita, não necessariamente digráfica, mas com numerosos erros, que se manifesta logo que se tenham adquirido os mecanismos da leitura e da escrita. Um sujeito é disortográfico quando comete um grande número de erros.
Dentre os diversos motivos que podem condicionar uma escrita desse tipo, destacamos:
- Alterações na linguagem: atraso na aquisição ou no desenvolvimento e utilização da linguagem, junto a um escasso nível verbal, com pobreza de vocabulário (código restrito), podem facilitar os erros de escrita. Dentro desta área estão os erros originados por uma alteração específica da linguagem, como são os casos das dislalias e/ou disartrias, prejudicando o desenvolvimento.
- Erros na percepção, tanto visual como auditiva: fundamentalmente estão baseados numa dificuldade para memorizar os esquemas gráficos ou para discriminar qualitativamente os fonemas.
- Falhas de atenção: se esta é instável ou frágil, não permite que a criança, em sua fase inicial, promova uma fixação dos grafemas ou dos fonemas corretamente.
Uma aprendizagem incorreta da leitura e da escrita, especialmente na fase de iniciação, pode originar lacunas de base com a consequente insegurança para escrever. Igualmente numa etapa posterior, a aprendizagem deficiente de normas gramaticais pode levar à realização de erros ortográficos que não se produziriam se não existissem lacunas no conhecimento gramatical da língua na fase inicial do aprendizado.
Para Vygotsky, é o próprio meio que influencia na aprendizagem da criança, ou seja, a criança constrói o seu conhecimento a partir do momento em que interage com outras crianças. Essa socialização gradativa garantirá novos horizontes no seu aprendizado. Já Piaget destaca que a aprendizagem se processa em períodos e que a criança aprende de acordo com a faixa etária.
Outra teoria considerável é a da Emília Ferreiro, acreditando que a criança que convive num ambiente onde os pais são cidadãos que possuem maior grau de informação, possuem maiores condições de serem alfabetizados com mais frequência, devido ao acesso a leitura e a escrita.
Assim, o processo de alfabetização deve proporcionar situações nas quais os alunos participam de práticas sociais de leitura e da escrita.
Os termos dificuldades e transtornos de aprendizagem têm gerado muitas controvérsias entre os profissionais, tanto da área da educação quanto da saúde. Isto porque, há uma sintomatologia muito ampla, com diversidade de fatores etiológicos, quando se considera o aprendizado da leitura, escrita e matemática.
Entretanto, se faz necessária uma adequação nestas terminologias a fim de possibilitar uma homogeneização quando estes casos são discutidos pelos profissionais das áreas afins. Uma das principais preocupações dos professores, diretores, coordenadores  e supervisores, é saber que a escola ainda não consegue responder, eficazmente, ao desafio de trabalhar com as necessidades educacionais das crianças especiais, especialmente as relacionadas com os transtornos de aprendizagem de linguagem e escrita, como: dislexia, disgrafia, discalculia, disortográfica  dentre outras. No entanto, são transtornos que preocupam os pais porque sabem que o sucesso escolar de seus filhos dependem totalmente da aprendizagem eficiente da leitura e todos esperam ansiosos uma solução para tais problemas enfrentados nas instituições escolares.


sábado, 19 de abril de 2014


Os desenhos infantis falam?



Ao visitarmos Sete Cidades em Piracuruca, ou a Serra da Capivara em São Raimundo Nonato, no Piauí, nos deparamos com vários desenhos nas paredes feitos por civilizações passadas, vemos que eles transmitem mensagem, nos dá uma ideia de como era a vida de nossos antepassados.
 Hoje, muita coisa mudou. Comunicamos-nos por telefone, internet, o que não nos faltam são meios rápidos para nos comunicarmos.
Para a psicopedagogia, no entanto, nem sempre esses meio são viáveis, muitas vezes eles atrapalham. É preciso se desligar deles para que possamos ficar atento ao que a criança está falando através dos desenhos. Nesta atividade um aspecto importante em que a criança se expressa através do desenho as suas emoções, revelando segredos que se passam no seu mundo interior e que ainda não é capaz de comunicar pela linguagem oral.
Quando desenha, a criança conta histórias e às vezes representa, expressando sentimentos que até então estavam escondido; medos, frustrações. Desenhar para a criança vai além de uma atividade que utiliza papel, cartolina, lousa, muro, chão, madeira, pano e alguns instrumentos como lápis, giz, pincel, canetinha e até mesmo os dedinhos.
O desenho é uma maneira de a criança raciocinar, pois enquanto desenha está organizando em seu interior as ideias de mundo e construindo também as suas próprias ideias.

Métodos para estudo do desenho infantil

Utilizam-se para estudar o desenho infantil dois métodos:

Ø     Método estatístico ou estudo transversal: é o estudo feito com um grande número de crianças de diferentes idades. Por esse método ficam-se conhecendo diversos aspectos do desenho infantil, como temas preferidos, características de várias idades e de cada sexo, ou as características que acontecem em algumas idades e não em outras;

Ø     Método biográfico ou estudo longitudinal: este método consiste em colecionar muitos desenhos de uma mesma criança, desde as garatujas (rabiscos) até aproximadamente os 12 anos. Somam-se com os desenhos, as condições em que a criança se encontrava ao realizá-los, as cores por ela escolhidas, o espaço por ela utilizado no papel, às expressões fisionômicas enquanto desenha sua tonicidade e as figuras desenhadas e a importância e significado que a criança atribui a elas.

Desenvolvimento completo do desenho infantil.

Através do método estatístico, chegou-se a conclusão que as crianças menores de seis anos preferem desenhar figura humana, já a diferenciação quanto ao sexo é notada dos quatro aos oito anos.
As meninas preferem representar crianças, pois suas figuras trazem fitas no cabelo, carregam bolsas e geralmente após os seis anos se voltam às coisas domésticas, como mesa, toalhinhas, bandejas.
Já os meninos preferem desenhar adultos, pois notamos que suas figuras possuem chapéu, bengala e usam calças compridas. E ainda após os seis anos são mais voltados a objetos mecânicos como veículos e revólver. Após os seis anos, tanto as meninas, quanto os meninos, se voltam a objetos que fazem parte do seu cotidiano e da sua vida social.
As crianças, de maneira em geral, ao desenhar não têm noção de proporção, desenhando a cabeça maior que o corpo ou vice-versa. Com o desenvolvimento mental, a criança começa a ter noção de proporção revelando um maior acerto na dimensão de cada elemento da figura humana. Outra particularidade é a falta de orientação das partes do corpo, alguns elementos de frente, outros de perfil.
Sabemos, no entanto, que o desenho infantil evolui, Isto é, características próprias de uma idade não são as que aparecem em outras.

Características do desenho da figura humana

A criança, na maioria das vezes, esquece-se de partes do corpo humano, como tronco, orelha, porém prende-se a acessórios, como bolsas, cintos, brincos. Uma criança de mais ou menos quatro anos não coloca nas suas figuras uma base, sempre as desenha flutuando. A partir do desenvolvimento mental, a criança adquire essa noção, passando um traço por baixo do desenho. Porém, o adulto deve ficar atento a este detalhe, pois se uma criança com idade mais avançada continua a fazer seus desenhos sem colocar uma base, talvez esteja sentindo-se insegura e sem apoio.
Outra característica do desenho infantil é a rigidez, as crianças menores sempre desenham seus bonecos com braços, dedos e cabelos esticados e com o desenvolvimento mental, espera-se que os desenhos demonstrem mobilidade.
E por fim, a transparência, muitas vezes a figura humana aparece vestida, mas deixando transparecer o corpo através da roupa. As crianças, de uma maneira geral apresentam com mais frequência um traço contínuo, com linhas firmes, grossas e pesadas.

Outras características importantes
 CASA - o adulto deve estar atento quanto às portas e janelas da casa desenhadas pela criança, visto que estas representam o contato com o meio ambiente, ou seja, se uma criança desenha portas e janelas fechadas, leva-nos a pensar que talvez a interação com o ambiente e com as pessoas está difícil para ela.
FAMÍLIA - a criança que desenha sua figura isolada ou afastada dos familiares pode estar querendo mostrar a falta de comunicação entre os membros.
Percebemos também que quando a criança representa a sua figura por último, pode ser que esteja com a sensação de não receber a devida atenção na família. Daí a necessidade do adulto estar atento em qual ordem à criança faz seus desenhos. Quanto ao tamanho das figuras, o que vemos é que as pessoas da família com quem a criança tem maior proximidade afetiva são figuras desenhadas de forma maior, mais colorida e expressiva.
Verificamos que na maioria das vezes ao desenhar, o espaço é regido pelo emocional, ou seja, se a criança está vivenciando uma relação conflituosa com o pai, coloca-o no seu desenho no canto da folha, bem distante da família, mesmo não sendo sua real posição física.
ÁRVORE - quando a criança desenha uma árvore, devemos estar atentos quanto à copa desta árvore, pois representa a área da criatividade.
Outro aspecto é quanto aos frutos, pois estes representam o desejo de realizar coisas.
Em relação à linha do solo, que é à base da árvore, esta nos fornece dados sobre a necessidade de apoio.

Importância das cores

A simbologia das cores varia de cultura para cultura, ocorrendo uma diversidade de interpretações. No entanto quanto mais bizarro for o emprego da cor, maior a probabilidade de ter um significado representativo.
Amarelo  - é a cor da luz, do ouro e do sol. É a cor preferida por pessoas alegres, desinibidas, flexíveis e espontâneas. Quando utilizada pela criança com muita ênfase sugere um comportamento mais dependente e emocional.
Azul- é a cor do céu, do espírito. A contemplação do azul determina leveza e contentamento. É a cor preferida por pessoas calmas, seguras e equilibradas.
Laranja- é a cor preferida por pessoas confiantes, perseverantes, independentes e extrovertidas. Quando utilizado pelas crianças sugere desejo de conseguir algo e se valorizar.
Marrom- é a cor preferida de pessoas passivas, indiferentes, inseguras e observadoras de regras. Quando usado com muita ênfase por crianças, sugere inibição ou repressão.
Preto- é a ausência de todas as cores, transmite a sensação de renúncia, entrega, abandono e introspecção. Em crianças reflete repressão da vida emocional, ansiedade e luto.
Verde- é a cor da natureza, do crescimento, da reprodução, é chamada a cor do equilíbrio. Quando usada com muita ênfase pelas crianças sugere dificuldade de expressão das emoções.
Vermelho- universalmente considerado como símbolo fundamental do princípio da vida, é a cor do sangue. É uma cor ativa e estimulante. O interesse pelo vermelho decresce à medida que a criança supera a fase impulsiva e ingressa na fase da razão.
Violeta ou roxo- é uma cor resultante da mistura do vermelho com o azul e nas crianças reflete um temperamento mais sombrio ou tristeza.
Faz-se necessário que o adulto esteja cada vez mais atento e sensível à construção do desenho infantil, pois como pudemos perceber, este é um dos instrumentos utilizados pela criança para expressar suas emoções e conflitos. Através do seu desenho, a criança nos convida gentilmente a adentrar o seu mundo interior.
Quanto ao educador, no espaço rico da sala de aula, através da atividade de desenhar este terá oportunidade de conhecer mais intimamente o seu aluno e, dentro do que compete a sua função, acolher as emoções vivenciadas e junto a este aluno desenvolver uma relação de cumplicidade, amizade e afetividade.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

               

                                     PSICOPEDAGOGIA E O ATO DE BRINCAR


        A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor percepção do processo de aprendizagem, interligando a prevenção e correção das dificuldades de aprendizagem do ser humano em seus estados normais e patológicos, bem como a influência do meio como: família, escola e sociedade.
      A Psicopedagogia tem se constituído no espaço privilegiado para pensar sobre as questões de ensino-aprendizagem. Sendo assim, está intimamente ligada ao ato de brincar, como fonte de conhecimento.
Por meio de técnicas e métodos próprios o psicopedagogo possibilita uma intervenção psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo mais abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação como afetividade, cognitivo, social, cultural, entre outros.
     O processo de aprendizagem, bem como suas dificuldades, deixa de focalizar somente o aluno e o educador isoladamente e passa a ser visto como um processo de interações entre ambas as partes com inúmeras variações que precisam ser compreendido com bastante cuidado pelo educador.
     Sendo assim, é possível averiguar que uma das formas de trabalho psicopedagógico é fazendo uso do lúdico, quer seja no diagnóstico, ou no tratamento. Pois bem, segundo Bossa (2007, p. 31) “nesse trabalho de ensinar a aprender, o psicopedagogo recorre a critérios diagnósticos no sentido de compreender a falha na aprendizagem [...]” este sendo um trabalho clínico com o seu objetivo de prevenção dos problemas de aprendizagem, assim no diagnóstico, a atividade lúdica é um rico instrumento de investigação clínica, pois permite ao sujeito expressar-se livremente, através da ação do ato de brincar, a criança constrói um espaço entre a realidade e a imaginação. Sendo assim é nas atividades lúdicas, que aprende a lidar com o mundo real, desenvolvendo suas potencialidades, incorporando valores, conceitos e conteúdos.
      A utilização de brinquedos e jogos educativos como materiais pedagógicos, do ponto de vista da psicopedagogia, necessita da percepção do contexto em que se encontram inseridos, ou seja, estes instrumentos não são objetos comuns e sim objetos que trazem um saber em potencial que pode ser ou não ativado pelo aluno. Assim, são através do ato de brincar que observamos prazeres, frustrações, desejos, enfim, podemos trabalhar na construção do conhecimento. E ainda, o material pedagógico não deve ser visto como um objeto estático sempre igual para todas as crianças, pois, trata-se de um instrumento dinâmico que se altera de acordo com a imaginação do individuo, pois pode ocorrer uma reinterpretação do mundo, abrindo lugar para invenção e a produção de novos significados, saberes e práticas.
       A psicopedagogia, no âmbito institucional tem sua atuação preventiva, na relação de problemas de aprendizagem, preocupando-se especialmente com a instituição educacional. Porto (2007) relata que a psicopedagogia institucional dedica-se a áreas relacionadas ao planejamento educacional e assessoramento pedagógico, tendo sua colaboração com os planos educacionais e sanitários no âmbito das organizações, e ainda auxilia no resgate da identidade da instituição com o saber mediando e resgatando o processo do ensino-aprendizagem.
      Portanto, inserida a esta realidade, cabe ao educador definir quais objetivos pretende alcançar, utilizando uma metodologia adequada, onde estará selecionando jogos, brincadeiras e brinquedos coerentes, buscando explorar ao máximo os conhecimentos da criança. 
     A psicopedagogia surgiu para responder os problemas decorrentes do processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de estudo o ser em processo de construção do conhecimento. A aprendizagem humana, portanto é determinada pela interação entre o indivíduo e o meio, da qual participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. 
     No movimento de procurar entender estes aspectos é que o psicopedagogo constrói o seu trabalho, visando à diminuição dos problemas de aprendizagem e do fracasso escolar é nesse contexto de múltiplas interações que as atividades lúdicas são utilizadas no diagnóstico psicopedagógico, pois fazem com que as crianças revelem aspectos que não aparecem em situações mais formais do diagnóstico. Assim, a psicopedagogia visa buscar a melhoria das relações com a aprendizagem, bem como a melhoria da qualidade na construção da própria aprendizagem de alunos e educadores. Fica, portanto, evidenciado a essencialidade do lúdico no trabalho psicopedagógico, tanto no aspecto clínico quanto no institucional. No próprio diagnóstico, este pode ser encarado como uma possibilidade de compreender o funcionamento dos processos cognitivos e afetivo-sociais.
A  reflexões sobre a importância do brincar na educação infantil, tendo sido possível desvelar que a ludicidade é de extrema relevância para o desenvolvimento integral da criança e são elementos indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas.
Assim, a criança estabelece com os jogos e as brincadeiras uma relação natural e consegue extravasar suas tristezas e alegrias, angústias, entusiasmos, passividades e agressividades, é por meio da brincadeira que a criança envolve-se no jogo e partilha com o outro, na visão psicopedagógica isso auxilia na prevenção e diagnóstico de problemas de aprendizagem, pois a psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em conta as realidades interna e externa da aprendizagem.
Além da interação, a brincadeira, o brinquedo e o jogo proporcionam mecanismo para desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a percepção, a criatividade e habilidade para melhor desenvolver a aprendizagem. Nessa perspectiva, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos vêm contribuir significadamente para o importante desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas da criança.
         Vemos que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, mas principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada, não apenas como diversão, mas com objetivo de desenvolver as potencialidades da criança, visto que o conhecimento é construído pelas relações interpessoais e trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a formação integral da criança.
        Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito importante, devido a influencia que os mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino-aprendizagem. 
O lúdico enquanto recurso pedagógico na aprendizagem deve ser encarado de forma séria, competente e responsável, tanto para educadores em trabalhos escolares, quanto para psicopedagogos nas intervenções de problemas de aprendizagem. Usado de maneira correta, poderá oportunizar ao educador e ao educando, importantes momentos de aprendizagens em múltiplos aspectos. Na visão da psicopedagogia a importância na aprendizagem, o lúdico vem favorecendo de forma eficaz o pleno desenvolvimento das potencias criativas das crianças, cabendo ao profissional intervir de forma adequada, sem atrapalhar a criatividade da criança. Respeitando o desenvolvimento do processo lúdico, o psicopedagogo poderá desenvolver novas habilidades no repertório da aprendizagem e na prevenção e intervenção de futuros problemas de aprendizagem infantil.
       Sendo assim, o brincar se destaca novamente para nos revelar que os esquemas que a criança utiliza para organizar as brincadeiras, os jogos, os brinquedos são os mesmos que ela utiliza para lidar como o conhecimento. Nessa perspectiva podemos concluir que é fundamental esse entendimento a fim de que o psicopedagogo possa identificar e intervir positivamente nas dificuldades da criança.