segunda-feira, 23 de março de 2015



                          Hiperatividade ou desatenção?





              A hiperatividade distingue-se por um comportamento motor acentuado como o de agitar mãos ou pés continuamente, se mexer constantemente na carteira escolar, correr ao invés de andar, escalar sucessivamente móveis, subir em árvores, pular no sofá ao invés de sentar. Apresentar dificuldades em envolver-se silenciosamente em atividades do lazer e falar em excesso, mexer com tudo e com todos ao mesmo tempo. Isso são sinais de hiperatividade.

          Como se caracteriza a impulsividade?

         A criança impulsiva frequentemente dá respostas precipitadas antes das perguntas terem sido concluídas. Apresenta constante dificuldade em esperar sua vez ou permanecer em fila e frequentemente interrompe ou se intromete em assuntos de outros, não fica quieta, está sempre mexendo com mãos e pés, se mete nas conversas dos adultos.

Como se faz o diagnóstico a partir destes sintomas?

          Para o diagnóstico de TDAH pelo menos seis sintomas de desatenção ou hiperatividade devem estar presentes e a avaliação diagnóstica deve envolver os pais, a criança e o educador. As dificuldades devem ser objetivamente testadas através de provas padronizadas aplicadas por profissionais experientes.

          A frequência do TDAH na população?

         O TDAH é o distúrbio neurocomportamental mais comum na infância, à frequência do TDAH (transtorno do defect de atenção Hiperatividade) na população calcula-se que em torno de 3 até 5 % das crianças em idade escolar. Tais sintomas estão geralmente presentes antes dos sete anos de vida e podem persistir até a adolescência ou mesmo na idade adulta.
           Na realidade não existe uma causa única para o problema, supondo-se que haja influência da hereditariedade e da imaturidade neuroquímica de centros cerebrais relacionados ao controle da atenção.

          Como o TDAH interfere no desenvolvimento da criança?

Dependendo do grau e da intensidade dos sintomas, o TDAH pode interferir na capacidade da criança em lidar positivamente com a realidade. Isto inclui baixo desempenho escolar, dificuldade de relacionamento, baixa autoestima, falta de habilidade social para compartilhar brincadeiras, fazer amizades e planejar tarefas.

       O TDAH pode associar-se a outros problemas comportamentais. Frequentemente em até 30% dos casos pode estar associado a transtorno de conduta, a um comportamento negativista e desafiante, à depressão e à ansiedade. Não é também de se admirar que portadores do TDAH não tratados possam ter maiores índices de problemas comportamentais após a adolescência como alcoolismo e até mesmo consumo de drogas.

     A avaliação do TDAH envolve um trabalho de equipe multidisciplinar. Isto inclui a avaliação médica, procurando causas clínicas que podem gerar sintomas de hiperatividade como hipertireoidismo, anemia por falta de ferro, uso de medicamentos como antialérgicos e anticonvulsivantes, avaliação neurológica e neuropsicológica detalhadas para determinação dos critérios diagnósticos, afastar-se quadros orgânicos além de testar-se a capacidade objetiva da atenção concentrada da criança.

       Dependendo da intensidade e do grau dos sintomas é necessário em alguns casos o uso de medicamentos. Estes medicamentos não são calmantes e sim estimulantes e podem melhorar os sintomas de desatenção e hiperatividade.

      O tratamento do TDAH não é apenas como medicamentos, o uso de medicações pode ser essencial em alguns casos, mas, comprimidos não substituem aptidões e nem orientações educacionais. É preciso orientar a família e a escola a compreender as características do distúrbio e diferenciar desobediência (contestação de ordens) da dificuldade em manter a ordem por falta de habilidade (desatenção) para promover uma comunicação e orientação mais positiva à criança. Na maioria dos casos o Psicopedagogo pode ser de auxílio para algumas crianças.