segunda-feira, 27 de julho de 2015


      O que é Dislalia?

     Você conhece a Mônica da turma da Mônica? Conhece? Pois bem, o Cebolinha da turma da Mônica não fala errado, o que ele tem é dislalia que é um distúrbio da fala.


     Esse personagem é o mais famoso que conhecemos que tem o distúrbio da fala, ou seja, tem dislalia. Maurício de Sousa com certeza ao criar o personagem Cebolinha quis fazer um alerta a todos. Cebolinha é muito conhecido por trocar a letra “R” por “L”, além de roubar o coelhinho da Mônica, mas, essa história do roubo deixemos para lá... Vamos nos atentar apenas para o distúrbio. Esse é um caso clássico de Dislalia, um distúrbio de fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras e pela má pronunciação, seja omitindo, acrescentando, trocando ou distorcendo os fonemas. Muitas crianças, adolescentes e até mesmo adultos tem esse distúrbio e precisa de acompanhamento. Por causa desse distúrbio muitas vezes sofrem bullying por parte dos colegas, da escola e até mesmos dos familiares. Podemos citar casos mais frequentes: a troca de “bola” por “póla”; de “porta” por “poita”; de “preto” por “peto”; de “tomei” por “omei”; de “barata” por “balata”; de “atlântico” por “atelântico”, de “hipopótamo” por “popotamo”, de “girafa” por “lilava”. Outro exemplo comum envolve a pronuncia do “K” e do “G”: “ato” ao invés de “gato”; “caco” no lugar de “macaco”. As trocas mais comuns são: P por B; F por V; T por D; R por L; F por S; J por Z; X por S.



     É importante ficar atentos pois até os quatro anos de idade, o erro em pronunciar as palavras é considerado normal, mas, após essa idade, continuar falando mal pode acarretar sérios problemas, inclusive na escrita.
     Uma opção é fazer o trabalho preventivo à alfabetização, evitando dificuldades escolares. Possivelmente ocorra a estimulação do distúrbio caso a criança use chupeta, mame mamadeira ou chupe dedo por tempo prolongado, causando flacidez muscular e postura indevida da língua.

     Vale apena frisar algumas dicas para não ajudar a desenvolver esse distúrbio. Em muitos casos, os tios, avós, pais, e até primos dentre outros parentes acham graça quando a criança fala de forma errada como “biito” (bonito), “tebisão” (televisão), “Tota-Tola” (Coca-cola), “gaaná” (guaraná), “àga” (água). Porém, é importante não achar lindo, engraçadinho, pois isso estimulará ela a falar errado, é de suma importância sempre falar a palavra correta e repetir até a criança entender como é a pronuncia correta da palavra.


      Não sou a favor de corrigir a criança, dizendo que a palavra que ela falou é errada. Falar certo diante da criança, para que ela cresça sabendo e se habituando ao correto. O professor deve articular bem a palavra, fazendo com que os fonemas estejam claros. Ao perceber em sala de aula que um determinado aluno não está pronunciando bem, deve procurar os pais e comunicá-los. E, como a fala é um ato motor elaborado, troque informações com os educadores de outra disciplina, principalmente o de recreação que observam melhor o desenvolvimento psicomotor do aluno. O educador deve tomar muito cuidado na hora da correção, para o aluno não se sentir inferiorizado, por isso a necessidade e importância do fonoaudiólogo e do psicopedagogo no tratamento.

A Dislalia está subdividida em quatro tipos:

Evolutiva: considerada normal em crianças e corrigida gradativamente durante o desenvolvimento;

Funcional: quando ocorre a substituição ou eliminação das letras durante a fala e/ou distorção do som;

Audiógena: acontece em indivíduos com deficiência auditiva, pois não consegue imitar os sons.

Orgânica: ocorre em casos de lesão no encéfalo, o que impossibilita a pronuncia correta, ou quando há alteração na boca.


   Cada caso exige um procedimento particular para o tratamento da dislalia, mas, o trabalho do fonoaudiólogo e psicopedagogo sobre a falha e dificuldade é indiscutível. A criança será trabalhada e estimulada para desenvolver algumas competências como a sensação e a capacidade de sentir os sons; percepção, ou seja, a aptidão para reconhecer o som; e a elaboração, que é a capacidade de reflexão sobre os sons percebidos. A partir daí, falamos da autoconfiança, bom relacionamento, crescimento pessoal.

     A dislalia não é um bicho papão, tem tratamento, e, para isso, uma equipe interdisciplinar de profissionais baseado em psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo entre outros, tem muita importância para o resultado positivo.



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