quinta-feira, 31 de julho de 2014

Psicopedagogia: Vencendo as dificuldades.

Psicopedagogia: Vencendo as dificuldades.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Educadores despreparados ou a criança tem o aprendizado lento?


        São diversas as causas que levam uma criança a não aprender ou aprender lentamente, o importante é reconhecer que não é tarefa fácil para os educadores compreenderem as causas desse “não” aprender.
      Muitas vezes as crianças de aprendizagem lenta são rotuladas de alunos sem “solução”, “burros”, “desinteressados”. Na realidade eles são vítimas de uma desigualdade social. São inúmeros os problemas que encontramos durante o processo escolar. A aprendizagem escolar é um processo natural e prazeroso e se a criança não sentir isso é porque existe algo errado.

       Quando não compreendemos o insucesso escolar das crianças, atribuímos valores morais e sociais sem perceber que isso provoca sofrimento, angústia e desespero nelas.

      Precisamos mostrar para estas crianças que suas dificuldades têm nome, tem uma razão e uma solução. Não deveríamos culpar a criança em suas dificuldades, e sim proporcionar condições para suas realizações. É grande o número de  crianças com dificuldades na aprendizagem que apresentam problemas de comportamento como: hiperatividade, falta de interesse, dificuldades em seguir instruções, imaturidade social, dificuldades em conversar, inflexibilidade, falta de organização, distração, falta de coordenação, impulsividade, agressividade dentre outras.

     Quando estas dificuldades não são entendidas, pais e educadores se convencem de que a criança não presta atenção porque não quer cooperar, são birrentas, insuportáveis. São muitos casos de estudantes que se sentem frustrados e desistem de aprender. Questionam a inteligência, ficam furiosos, tornam-se ansiosos e deprimidos, geralmente ficam isolados socialmente e tem autoestima baixa.

      Alguns pais tentam superar estes problemas, pois os filhos se mostram inteligentes, mas se deparam com obstáculos na escola, alguns são curiosos e sentem vontade de aprender, mas são inquietos e não presta atenção, o que torna difícil uma explicação. Uma criança que se vê de forma negativa, não tem confiança em si e se sente incapaz de enfrentar situações novas, mesmo antes de começar uma tarefa, muitas vezes já desanima, achando que será mal sucedida.

     O papel do educador e dos pais é muito importante, suas atitudes ajudam  as crianças construírem ou desconstruir imagens positivas ou negativas de si mesmas, aumentando ou diminuindo sua motivação.

      Os educadores têm a obrigação e o dever de comunicar a coordenação da escola e esta aos pais, por escrito, através de um relatório, quais dificuldades de aprendizagem que  aparecem em sua sala de aula, esse relatório deve abranger aspectos globais das diversas áreas do conhecimento. Essa postura facilita o encaminhamento da criança a um especialista que, ao tratar do insucesso escolar, tem condições de orientar o educador a lidar com o aluno.

     Atitudes do educador: Para auxiliar um aluno que vem apresentando alguma dificuldade, o educador deve:
- Aceitá-lo como ele é; Encorajá-lo sem ser muito crítico; Apresentar sugestões positivas; Incentivar o companheirismo e a aceitação do aluno pela classe; Dar-lhe segurança; Procurar descobrir suas aptidões; Não fazer comparações, pois cada aluno tem um ritmo próprio de amadurecimento e suas descobertas são individuais.

     Família e escola são pontos de apoio e sustentação ao ser humano; é marcos de referência existencial. Quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão os resultados na formação do sujeito.

      Já processo de Alfabetização, a criança que apresenta dificuldades na linguagem oral pode ter problemas para relacionar-se ou integrar-se em seu grupo. Se não conseguem entendê-la, normalmente será alvo de gozações ou de exclusão do grupo, que provavelmente repercutirá no seu rendimento escolar global. Em alguns casos, se a criança apresentar alteração na fala (trocas, omissões ou distorções) estas poderão se refletir em sua escrita espontânea.
      Eis a pergunta, quando devemos nos preocupar? Quando comparada a outras de sua faixa etária chama atenção nos seguintes itens:
Com relação à linguagem oral:

- Não apresenta intenção para se comunicar;
- Não respeita ou não percebe situações de diálogo, ou recusa-se a participar de situações que há necessidade de expressar-se como: rodas de conversa, dramatizações, leituras em voz alta dentre outras.
- Utiliza uma ou duas palavras em vez de construir frases ou quando se expressa com frases estas são simples, com vocabulário pobre e erros de concordância que já não deveriam acontecer na sua idade ou constrói frases confusas com grande número de palavras para expressar uma ideia.
- Repete as palavras do adulto como eco ou recorre aos gestos indicativos com o dedo, olhar ou expressões de rosto;
- Usa palavras reduzidas ou onomatopeias, como por exemplo: au-au para mostrar qualquer animal, dada quando quer água.
- Omite, acrescenta ou altera a pronúncia de alguns sons das letras por exemplo: chocolate- socolate; gato cato,
pipoca – poca dentre outras;
-Apresenta hesitação na fala;
- Sua voz é rouca ou nasalizada, ou com alterações na entonação ou ritmo;
- Denota alterações relacionados aos órgãos articulatórios: lábios, língua, dentes, céu da boca, bochechas que dificultam a articulação de algumas sílabas, ou que refletem na alimentação, recusando comer alimentos sólidos ou necessitando ingerir líquidos durante a alimentação;
- Apresentam respiração bucal, que muitas vezes interferem no próprio comportamento da criança. Respiração
bucal leva a criança a hiperatividade e a dispersão que são notados mais frequentemente na sala de aula.

     Com relação à escrita:

     A maioria das crianças consegue ser alfabetizado dentro dos prazos previstos, o que não significa que seja um processo simples.

- Não reconhece as letras
- Apresenta resistência à leitura, à escrita, ou a ambas
- Lentidão para reproduzir graficamente as letras aprendidas; ou reproduz em espelho.
- Tem resistência a leitura, à escrita, ou a ambas
- Lentidão para reproduzir graficamente as letras aprendidas ou reproduz em espelho;
- Troca algumas letras : p/b; f/v; g/q; d/t; ch/j; b/d; p/q
- Caligrafia é incompreensível ou apresenta tensão muscular exagerada que faz a criança se queixar de dores na mão, braços e ombros;
- Quando lê ou escreve, omite, troca, distorce, junta ou separa letras ou palavras;
- Diante das situações de leitura/escrita apresenta reações como sono, dor de cabeça ou de barriga, dispersão etc.
- Dificuldade em reproduzir texto já lido ou de redigir (apresentando dificuldades na organização das ideias,
sequência lógica dentre outras ).

      Com relação a Problemas Visuais Perceptuais:


• Dificuldade de distinção de vários formatos e tamanhos;
• Dificuldade de colorir, escrever e recortar;
• Falta de estabilidade no uso das mãos; trocando a direita e a esquerda muitas vezes para realizar uma tarefa;
• Letras e palavras ao contrário.