quarta-feira, 20 de agosto de 2014

                             Identificando e tratando a dislexia




     Segundo a Associação Nacional de Dislexia (AND), pesquisas mostram que de 5% a 17% da população mundial apresenta dislexia. A dislexia com já falei em postagem anterior é um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área de leitura, escrita e soletração. Apesar de ser o distúrbio de maior incidência nas salas de aula, um estudo apresentado na Associação Britânica de Dislexia afirma que cerca de 70% dos profissionais das áreas de saúde e educação têm pouco conhecimento sobre ele.

     Os pais muitas vezes não conseguem identificar a dificuldade, só sabem identificar que tem algo errado porque a crianças não consegui aprender e isso os deixa impotentes. Pensando nisso, estaremos nesta postagem  explicando como identificar a dislexia e como pais e educadores podem agir para ajudar a criança. 

      Identificando. 

     Tratando-se de um transtorno de linguagem, a dislexia só se manifesta no final da alfabetização e nos primeiros anos escolares, ou seja, no 1ª e 2ª ano. A criança começa a apresentar dificuldades inesperadas de aprendizagem de leitura, apesar de ter outras habilidades. 

      Existem vários indicadores, porém, o principal indicador escolar é a criança não ler com a mesma desinibição dos amiguinhos e a escrita apresentarem muitas falhas, troca de letras e omissão de letras. Resistem aos trabalhos de leitura e escrita, substituem o entusiasmo inicial, como consequência das frustrações que ela começa a vivenciar, e não por preguiça ou indiferença. 

      É importante ressaltar que nem todas as dificuldades de aprendizagem são da ordem da dislexia. Por isso, o diagnóstico precoce é necessário, seja ele de dislexia ou de outro distúrbio de aprendizado.  Quanto mais tarde é feito o diagnóstico, mais a criança fica com a autoestima baixa, podendo ser excluída pelos amigos.

     Diagnosticada, é importante que o educador se junte ao psicopedagogo ou os demais profissionais que tratará a criança e, dessa forma, organize uma forma de aprendizado diferente.  Não é só o psicopedagogo quem faz o diagnóstico, e sim o fonoaudiólogo, psicólogo dentre outros profissionais.

      Estudos mostram, inclusive, que as taxas de suicídio infantil estão relacionadas à escola e, principalmente, à dislexia, por conta do bullying. Às vezes, até o educador pode influenciar a baixa autoestima, uma vez que não consegue identificar o problema.  

      O educador e seu papel


       O educador deve dá sempre ênfase as habilidades positivas do disléxico, fortalecendo mais a sua autoestima. O educador não deve chamar a atenção para as a dificuldades da criança, e sim para os seus sucessos.  Criança com qualquer tipo de necessidade especial deve ser incluída naturalmente nas atividades do grupo, não perdendo de vista as suas dificuldades específicas. Não esquecer de utilizar sempre o bom senso pedagógico, sensibilidade e formação do educador, ele saberá distribuir as tarefas de acordo com as possibilidades de cada um, respeitando seu tempo e sua limitações..

     Trabalhos e verificações de aprendizagem escolares



     A criança sendo diagnosticada com dislexia e identificado o seu grau leve, médio ou severo, é necessário entender que ela pode necessitar de mais tempo para execução dos trabalhos. É importante que o educador leia as questões em voz alta para toda a sala e, depois, revise essa leitura individualmente com o disléxico, atendendo a dúvidas que ele possa ter na compreensão dos enunciados.  Também pode ser permitido a criança responder oralmente as questões, uma vez que ele saiba o conteúdo das respostas, mas tenha dificuldade em redigi-las. Outros métodos podem ser utilizados na realização das verificações de aprendizagem (provas) e trabalhos em classe, dependendo das dificuldades e habilidades da criança. 


Lidando com o preconceito 


       Para que haja uma boa convivência dentro da sala de aula, é de suma importância que o educador não individualize o disléxico, mas, sim, cuide para inseri-lo no contexto. Ele deve explicar à turma a noção de diferença, conscientizar  as crianças da escola a perceber que existe diferenças  e que alguns precisam de mais atenção do que outros, que algumas crianças aprendem de maneira diferente dessa forma  a criança dislexa não sofre e nem se sente excluída.

     O educador deve explicar para a turma o que é dislexia, contar que pessoas famosas e bem sucedidas foram e são disléxicas como: Albert Einstein e Bill Gates dentre outros. Esclarecer as crianças sobre as diferentes condições de aprendizagem que existem, o educador não deve permitir que a turma tenha  piedade de um  deslexo, e sim respeito. Todo esse diálogo deverá está em consonância com os pais, tanto do disléxico quanto dos amigos, que devem reforçar esse aprendizado.

  

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

                                   

              Na sala de aula  do meu filho tem um vampiro!



     Essa expressão é comum ouvirmos das mães que procuram um atendimento psicopedagógico, além do filho não conseguir aprender ainda é mordido por um coleguinha quase todos os dias na sala de aula. Até parece que na sala de aula tem um vamporo. É muito comum que nas escolas de educação infantil, mais especificamente nas turmas de maternal, de crianças com aproximadamente dois anos de idade; aconteçam as mordidas. Nessa idade a criança encontra-se na fase oral, do desenvolvimento da personalidade.

     A criança tem o seu primeiro contato com o mundo através da boca, pelo seio materno, que lhe proporciona o prazer de saciar sua fome. Em razão dessa relação de prazer, à medida que cresce leva tudo que pega leva à boca, até mesmos  as mãos e os pés. Aos poucos vai tentando saborear outros objetos e até mesmo as pessoas, na tentativa de conhecer e descobrir melhor o mundo.

       A fase oral D’Andrea dividida em duas etapas: a de sucção e a de mordida. Na fase da mordida há uma tendência a destruir, morder, triturar o objeto antes de incorporá-lo. Essa fase é dividida em duas características principais, sendo oral receptiva, quando o sujeito não passa por privações, tornando-se uma pessoa muito generosa e oral agressiva que aparece uma tendência a odiar e destruir, a ter ciúmes da atenção que outros recebem a nunca estar satisfeito com o que tem e a desejar que os outros não tenham algumas coisas, mesmo que não as queira para si. É como se a pessoa quisesse se vingar das frustrações que o período de amamentação lhe causou.

      A criança que morde na verdade está procurando uma forma prazerosa de se expressar com o mundo, de se descobrir dentro dele, pois nesta fase a sua libido está centrada na boca, na porção superior do trato digestivo.

      Através desse contato, aos poucos vai percebendo várias diferenças como doce e salgado, duro e mole. E na escola, ao morder um amigo, descobre novas sensações de prazer, como em ver o susto, a reação, o choro do outro. A partir dessa sensação agradável, volta a fazer repetidamente.

        As mordidas acontecem em situações de disputa por brinquedos ou quando entra uma criança nova no grupo, causando emoções como insegurança, medo da perda ou ciúmes do novato, já que a educadora está com a atenção mais voltada para o mesmo. Como não consegue administrar seus sentimentos, manifesta o incômodo através da mordida.

      Os pais devem ficar atentos à organização do espaço escolar, se neste existem materiais e brinquedos adequados à faixa etária das crianças e se estão em quantidades suficientes para os mesmos. A falta desses materiais, bem como a falta de planejamento e organização de atividades, deixam as crianças ociosas por longos períodos, e podem ser a causa das mordidas constantes nos colegas.

      Um grande problema que temos presenciado comumente entre as famílias, são os pais brincando com os filhos usando a boca, dando pequenas mordidas nos mesmos, fazendo barulho, servindo como estimulo a mordida. Essas atitudes não são erradas, mas podem confundir as crianças, que reportam para outras crianças as mesmas brincadeiras, porém, podendo machucá-las, já que ainda não possuem domínio da força da mandíbula. As famílias devem se conscientizar que essas brincadeiras, apesar de trazerem sentimentos positivos, podem causar atitudes de agressividade na criança, que ainda não controla seus impulsos e não sabe distinguir o certo e o errado.

     A mordida na escola é uma situação constrangedora para todos os envolvidos. Os pais da criança mordedora sentem-se muito mal, ficam envergonhados, os pais da criança agredida ficam chateados com o machucado do filho e sentem-se culpados por deixarem a criança na escola. Já a escola, por sua vez, tem a difícil tarefa de mediar os conflitos entre as crianças e seus familiares, a fim de amenizar os sentimentos negativos da situação.

       Devem criar situações para estabelecer os limites, as normas dentro da mesma, mostrando para os alunos que devem respeitar os amigos, tratá-los bem, com carinho e mostrar que a criança machucada fica triste, que chora por ter sentido dor.



     Aos poucos, as crianças vão apreendendo esses conceitos e descobrindo outras formas de sentir prazer. O importante é que esses conflitos sejam resolvidos da melhor maneira possível, sem que aja perca para nenhuma das crianças e que a criança que mordeu não é vampira e muito menos uma criança má.