A psicopedagogia e suas contribuições.
A psicopedagogia para muitos tornou-se
sinônimo de outras áreas profissionais, como a Psicologia Educacional e
Psicologia Escolar, por serem campos que se inter-relacionam. Porém, apesar de
ter um corpo teórico no Brasil de mais de 30 anos, ainda há uma confusão sobre
sua definição e seu objeto de estudo.
Os primeiros centros psicopedagógicos foram
fundados na Europa, por J. Boutonier e George Mauco com direção médica e
pedagógica em 1946. As ideias europeias influenciaram a ação psicopedagógica da
Argentina, que também influenciou a prática brasileira, devido à proximidade
geográfica e na língua.
Em 1970, a Psicopedagogia foi introduzida no
Brasil, baseadas nos modelos médicos de atuação e foi com a concepção de problemas
de aprendizagem que iniciaram o trabalho.
CHAMAT, 2004, p.17 diz que a própria história
da Psicopedagogia que surge na França diante do caos social pós-guerra. Os
educadores preocupados com o grande número de alunos com dificuldades de
aprendizagem inseriram uma área intermediária entre a Psicologia e
a Pedagogia que foi denominada Psicopedagogia.
Para valorizar o profissional da
psicopedagogia, foi criado em 95/96 e reformulado na gestão 2011/2013, o Código
de Ética do Psicopedagogo, com o propósito de orientar quanto aos princípios,
valores e normas e também reestabelecendo diretrizes para uma boa conduta perante
o profissional e respaldando o mesmo quanto a seus direitos.
Segundo Bossa (2000), a Psicopedagogia é uma
área interdisciplinar, que para se delimitar necessita de outras áreas como
Psicanálise, Pedagogia, Filosofia, Sociologia e outras áreas afins. Concordando
que, seu objeto de estudo é a aprendizagem humana, e por consequência a
dificuldade de aprendizagem. E para que possamos entender sobre o que acarreta
essas dificuldades, não podemos nos ater apenas a um elemento, uma única causa,
mas globalmente, por isso, a relevância de outras áreas como ferramentas de
auxílio.
O psicopedagogo é o profissional que vem com a
necessidade de transformar, ou melhor, busca sair do senso comum, valorizando e
agregando novas formas de conhecimentos. Eles podem ser Pedagogos, Psicólogos,
Fonoaudiólogo, Letras e outros, buscando maneiras eficientes para auxiliar
possíveis dificuldades de aprendizagem no campo escolar, empresarial, ou seja,
vários sistemas institucionais. Ele trabalha de duas maneiras:
·
Preventiva-
identificando possíveis dificuldades no processo com orientações metodológicas
e assistencial, elaborando planos e/ou projetos de acordo com as políticas
educacionais.
Para que possamos dimensionais as várias
possibilidades desse campo profissional, torna-se relevante a funcionalidade e
quais as habilidades que devem ser desenvolvidas por esse profissional nos
seguintes segmentos: psicopedagogia escolar, clínica, hospitalar e empresarial.
·
No âmbito
escolar, o psicopedagogo pode contribuir com orientações a diretores, coordenadores,
educadores e auxiliares, na prevenção e no estudo de como vem sendo administrado
esse conhecimento dentro da escola por esses profissionais.
·
No âmbito
clínico, o psicopedagogo irá lidar individualmente com o sujeito, avaliando globalmente,
utilizando várias técnicas. Cada profissional irá utilizar as técnicas que
melhor convir a ele, existindo vários teóricos que podem fundamentar essa
prática no consultório.
Devemos também nos ater que, cada sujeito é
único, e não existe um manual que deve ser seguido com todas as pessoas que são
atendidas. Assim, esse profissional que estará operando na clínica, através
desses fundamentos, poderá formar um diagnóstico preciso e assim intervir com
sucesso na melhora desse sujeito, que pode ser desde crianças até idosos.
·
No âmbito
hospitalar, o psicopedagogo irá atuar para amenizar o sofrimento do paciente
e/ou familiares que estão passando por esse momento. Pode ser internações de períodos
curtos, longos ou em estado terminal. Esse profissional irá realizar dinâmicas
para desenvolver o cognitivo através de atividades lúdicas.
·
No âmbito
empresarial, esse profissional irá atuar de forma individual com o funcionário,
junto com o psicólogo e o profissional dos Recursos humanos, em recrutamentos e
aperfeiçoamentos profissionais.
MENDES, 2006 diz que: “Observamos no campo da
Psicopedagogia os profissionais buscando uma formação que os instrumentalize a
lidar com problemas de aprendizagens; a subjetividades provocando uma
transformação em um profissional diferente daquele que iniciou este processo,
para responder a uma necessidade de uma realidade objetiva”.
Como podemos perceber esse profissional tem
uma gama de possibilidades de atuação. Portanto, esse profissional tem que
buscar uma nova maneira de reorganizar o conhecimento desse indivíduo
independente da área educacional, que diretamente estarão atrelados a eles, já
que o conhecimento escolarizado convencional não deu conta e que nunca é tarde
para aprender.