terça-feira, 9 de setembro de 2014


                             O que fazer quando a criança birra?



     Infelizmente a birra é uma fase normal pela qual passam a maioria das crianças entre os dezoito meses e os três anos de idade. A birra começa quando as crianças descobrem que têm o poder de se negar a responder às solicitações de outras pessoas, nessa fase elas são mais obstinadas do que cooperativas. Elas se recusam a obedecer uma sugestão, não importa se para vestir-se ou despir-se, tomar um banho ou sair do banheiro, deitar-se ou levantar-se da cama, comer ou brincar.

      Quando a criança diz "não" ela quer dizer "Tenho realmente que fazer isto?" ou "Você está falando sério"? Esta resposta não deve ser confundida com falta de respeito, deboche. Esta fase do “não” é importante para a autodeterminação e identidade da criança. Veja-a com senso de humor, como formação da personalidade.

      É importante não castigar a criança por  ela dizer  “não”.  Castigo não, orientação sim, oriente a criança pelo que ela fez e não pelo que ela falou. Como você não pode eliminar o "não" ignore-o. Se você discutir com a criança por ela dizer "não", prolongará este comportamento.


      Outra  opção além de ignorá-la é dar opções a ela, esta é a melhor maneira de fazer com que a criança  sinta que tem mais liberdade e controle, e isto por sua vez fará com que ela esteja mais disposta a cooperar. Alguns exemplos de opções são deixar que a criança escolha entre um banho de chuveiro ou na pia no quintal; qual livro ela quer ler; quais  as brincadeiras quer brincar primeiro; que fruta comerá no lanche; que roupa ou sapatos vai colocar; que cor pintará o desenho; de que brincará, dentro ou fora da sala de aula ou em casa e assim sucessivamente. Para as tarefas que não agradem a criança, deixe que ela tenha opinião a respeito, perguntando a ela "Quer fazer isso depressa ou devagar?" ou "Quer começar ou quer que eu comece?" Quanto mais rápido a criança tiver a impressão de que é ela quem toma as decisões, mais rápido ela passará a birra e consequentemente passará por esta fase.

        Não dê a criança uma opção quando não houver nenhuma opção
As regras de segurança, tais como sentar com o sinto de segurança do automóvel, fazer as tarefas, ficar na sala durante a aula, não estão sujeitas a discussão, ainda que você possa explicar o motivo pelo qual se deve obedecer a estas regras. Deitar-se à noite ou ir à escola também não são negociáveis. Não faça uma pergunta quando só existe uma resposta aceitável, mais oriente a criança de forma tão amável quanto possível, por exemplo: "Sinto muito, mas agora é hora de dormir".  As ordens como "Faça isto ou você vai ver" devem ser evitadas, pois isso não é uma opção e sim uma ameaça.

     Proporcione tempo de transição para a mudança de atividades.
Se a criança estiver se divertindo e deve mudar para outra atividade, provavelmente será necessário tempo de transição. Por exemplo, se a criança está brincando com os carrinhos quando está quase na hora do jantar, avise-o 5 minutos antes. Algumas vezes, um relógio de cozinha é útil para que uma criança aceite a alteração.

     Elimine as regras excessivas, quanto mais regras houverem, menos provável é que a criança se conforme em obedecê-las. Elimine as expectativas desnecessárias e as discussões a respeito se ela colocará meios fora do lugar, derruba um lápis no chão, sai um pouco do alinhamento de uma fila, come tudo que está no prato. Ajude a criança a se sentir menos controlada tendo diariamente mais interações positivas do que contatos negativos.  Evite responder aos pedidos da criança com um número excessivo de negativas.
     Seja um espelho, um modelo de afabilidade para criança. Quando a criança lhe pede algo e você não está segura quanto ao pedido, diga "Sim" ou adie a decisão dizendo "Vou pensar". Se vai conceder o pedido, faça-o imediatamente, antes que a criança comece a resmungar ou suplicar. Quando for necessário dizer "não" diga a ela que lamenta e dê um motivo.

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