quinta-feira, 10 de setembro de 2015


  Quem é mais violento, criança ou adolescente?



Jogar-se no chão, chorar, birrar, morder, rebolar objetos, dar o dedo, dizer palavrões, sair correndo. Essas são algumas das expressões de agressividade nas crianças menores, tais atitudes surpreendem até mesmos profissionais mais experientes, levando pais e educadores ao um ataque de nervo e sempre com as indagações: O que eu faço? Onde eu errei? Na maioria das vezes  sentem-se impotentes para lidar com a problemática. Surgindo então diversas dúvidas. Porém, a principal é: Castigos é a melhor forma de resolver à problemática?

Ao contrário do que se possa pensar, a adolescência não é a fase em que as crianças são mais agressivas. É isso mesmo! É entre o primeiro e o quarto ano de vida que se verifica o maior índice de agressividade.




As crianças têm manifestações de agressividade desde muito cedo. Os bebés pequenos não são capazes de comportamentos agressivos, como bater, birrar ou dar um soco. Porém, têm seus recursos como choro escandaloso e gritos irritantes, muitas vezes com grande persistência e expressões faciais para exprimir o seu descontentamento ou frustração. Podemos considerar as manifestações vocais e faciais de zanga como os primeiros sinais de agressividade nos bebés. Podemos até afirmar que antes do primeiro ano são capazes de morder, beliscar, dar pontapés ou bater, tendo coordenação motora suficiente para isso. Por volta dos três anos são capazes de desenvolver um comportamento agressivo mais elaborado, como dar soco, correr, birrar, dar língua e dedo, se jogar no chão, beliscar, morder, tendo em vista o desenvolvimento motor. Tal situação tende a diminuir progressivamente, à medida que a criança aprende a controlar as emoções, utilizando a linguagem para comunicar e exprimir as suas frustrações de forma mais positiva.


Chamamos a atenção para um fator de suma importância: as crianças devem ser educadas e orientadas desde os primeiros anos a reprimir e controlar os impulsos agressivos. A agressividade vai diminuindo de intensidade à medida que o cérebro da criança vai amadurecendo, levando esta a conseguir controlar os impulsos agressivos e a lidar com a frustração.

Os pais e educadores devem sempre usar essa frase quando for orientar ou chamar atenção de uma criança; “olhem para mim, estou falando com você”, e com essa frase vem o gesto de se ajoelhar ou sentar de diante das crianças para ficar na mesma altura da criança. Pais e educadores devem se preocupar quando a surgir sinais que a situação está fugindo ao controle. Agora você me pergunta, quando saberei que a situação está fugindo do nosso controle? Bem, quando a agressividade começa acontecer constantemente. 

Pois trata-se da expressão de emoções não organizadas, não acolhidas e que, de algum modo, encontram como veículo uma atitude mais impulsiva, um comportamento menos correto. Manifestações que frequentemente por não terem quem possa “observar” ou “acolher” (no sentido de compreender) repetem-se até que alguém perceba que aquela criança está a solicitar que olhem para ela, que a ajudem a crescer bem, que alguém se preocupe com ela. Muitas vezes a agressividade é um pedido de socorro, de ajuda, é como se a criança com as expressões agressivas estivesse dizendo: “pai, tia (educadora) eu estou aqui, estou precisando que vocês me ajudem, sou apenas criança e preciso ser tratada como tal”.

Os casos de violência também ocorrem em crianças entre os quatro anos e meio e os cinco anos, a maioria das causas são as mais diversas como:
  •  Falta de atenção parental ou excesso sem limites;
  • Separação dos pais;
  •  Nascimento de um irmão;
  •  Ambientes familiares disfuncionais;
  • Sonos perturbados;
  •  Ritmos de vida desgastantes.
      Como podemos observa, é um leque de possibilidades. Para a psicóloga Cristina Camões, quando a agressividade se manifesta de uma forma exagerada e persistente pode ser um indicador que algo não está bem com a criança, poderá inclusive ser sinônimo da existência de problemas mais graves como violência intra-parental, negligência, falta de afeto, ausência de limites de educação parental e violência emocional.

    Vale apena salientar que muitos desses problemas podem ser evitados, como o do nascimento de um irmão, os pais e educadores devem preparar essa criança para a chegada de um novo membro na família, como vai ser maravilhoso ter um bebê em casa. Na realidade deve-se preparar a criança dá melhor forma possível para que ela não veja o irmão recém-nascido como um intruso, um ladrão que veio roubar seus pais.

A origem com causas diversas é igualmente defendida como  talvez a conclusão mais correta seja que a agressividade é o resultado de fatores genéticos em interação com o meio, num contexto temporal específico. Quando as condutas agressivas persistem no tempo, isso está ligado às interações familiares e ao ambiente social. Podemos falar de muito “fatores de risco” da parte dos pais e dos educadores que podem estimular o desenvolvimento de padrões comportamentais agressivos nas crianças, como a inconstância no estabelecimento de limites.

 Quando um comportamento é punido num determinado momento e ignorado no momento seguinte, é difícil para a criança distinguir o “certo do errado”. É importante pais e educadores definirem claramente o que a criança pode ou não fazer e serem coerentes em termos das medidas educativas e comportamentais. Agindo dessa forma pais e educadores obterão êxito nesta árdua tarefa de educar e orientar os pequenos.

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