sábado, 8 de junho de 2013

A ESCOLA E AS CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.

O número de crianças com dificuldades no aprendizado é cada vez maior, portanto estamos nos referindo a uma grande parcela da população escolar. A possibilidade de contar com ambientes pedagógicos saudáveis por si só funciona de uma forma terapêutica e reparadora para estas crianças. A escola deve oferecer um meio que seja e não que são. É importante mencionar aqui, Nélida García Márquez, que propõe linhas básicas a respeito de como deveria ser o colégio para converter-se num verdadeiro apoio para seus alunos, como a criança deveria vivenciar seu processo de aprendizagem e qual é a forma mais conveniente de trabalhar com crianças com dificuldades de aprendizagem.
Inicialmente serão mencionados os padrões para o MEIO ESCOLAR:
· Conhecer a fundo as possibilidades dos seus alunos conforme sua maturidade afetiva e intelectual;
· Conhecer os fatores individuais e ambientais presentes e passados que tenham favorecido ou perturbado o desenvolvimento da criança;
· Ajustar os aspectos para determinar os objetivos da aprendizagem para cada grupo em particular;
· Planejar as experiências de aprendizagem como propostas integradas;
· Manter relações frequentemente e cooperativas com os pais;
·  Realizar uma analise QUALITATIVA e não quantitativa do processo e não somente dos seus resultados;
· Estimular a capacidade para colocar-se em contato com os demais por meio de brincadeiras, do dialogo e do trabalho  em comum;
· Favorecer a alternância das atividades grupais e individuais;
· Favorecer a discriminação entre realidade e fantasia;
· Compreender as relações logicas de medo, angustia e rejeição que a aprendizagem gera. Verbaliza-as e aceita sua manifestação;
· Compreender as características especificas das crianças segundo seu desenvolvimento evolutivo.
Agora iremos falar da VISÃO DA CRIANÇA, é compreensível que ela sinta-se compreendida e aceita, tanto pela sua família como pelo educador. Nélida García Márquez nos aproxima da vivencia da criança:
· A criança deve sentir que o educador NÂO SE DECEPCIONA com ela por apresentar dificuldades no seu processo de aprendizagem;
· Percebe que não decepciona o educador porque este tem propostas diferentes; não espera o impossível: que todas as crianças aprendam igualmente, ao mesmo tempo, no mesmo prazo. O educador deve saber que as crianças não podem ser iguais nem aprender da mesma forma e com materiais idênticos;
· Descobre por meio da dinâmica da classe que sua dificuldade não é a única. Que não é um castigo, nem uma culpa pela qual deve pagar com fracasso ou a marginalização;
· Mostrar a apreço pelas propostas eu recebe, que o educador tem recursos para permitir a ela descobrir em si mesma suas possiblidades, reconhecer suas dificuldades e aprender a partir dela.

Já em relação a como planejar e orientar as tarefas Nélida García Márquez menciona as seguintes colocações: “O trabalho de recuperação não deve ser centrado de forma exclusiva ou predominante sobre a dificuldade”.

Porque não deve ser feito isso:

· Condiciona o fracasso ao propor precisamente aquilo em que o aluno falha. Provoca desinteresse e resistência no aluno;
· Do ponto de vista teórico seria supor que uma dificuldade é isolável. Desconhecer a inter-relação como outros aspectos que favorecerão a superação do problema;

Ressaltaremos que é importante levar em consideração que:

· É fundamental trabalhar com a criança e não para ela. Isto significa que  na  modificação da atitude frente à aprendizagem o educador pode e deve ser um bom modelo para a criança utilize como referencia;
· A criança deve PARTICIPAR da sua recuperação. Esta não pode ser uma tarefa externa a ela, só conhecida pelo educador. Este objetivo não pode limitar uma declaração de princípios. Para atingi-lo é necessário que a criança intervenha na programação e na avaliação do processo;
· Quando uma aprendizagem é bloqueada não deve insistir nela. É, necessário facilitar novos elementos  para que a criança os integre e consiga chegar á solução por outro caminho. Sabemos que esta condição não é nos conhecida; nós adultos também nos “FECHAMOS” a determinada aprendizagem e, sempre que podemos, desviamos por um caminho pela qual avançamos melhor. Também sabemos por experiência própria quão difícil resulta, às vezes, superar um degrau na compreensão e resolução de uma proposta. As crianças não são diferentes neste aspecto;
· Deve se favorecida uma aprendizagem integrada e totalizadora, onde a realidade seja percebida como: um todo com inter-relação das partes, que é vivenciada ao mesmo tempo a partir do sensório-motor, do intelectual, do simbólico e que evoca no sujeito sentimento de agrado e desagrado. É indubitável que depois desta captação global é necessário proceder sua analise, sem perder de vista a totalidade. Quanto mais rica for, mais esquema põe em jogo e melhor mantém a atenção;
· Há uma parte da tarefa que é proposta livremente. Serve para que o EDUCADOR veja o nível no qual a criança está e de que forma encara a resolução da proposta que recebe. Orienta-se para dialogar com a criança e selecionar atividades de todas as áreas de aprendizagem. O educador, periodicamente, propõe atividades livres para ver os progressos, detenções e retrocessos. Fundamentalmente para detectar as novas formas de resolução que a criança se permite.

Há outra parte da tarefa que deve ser cuidadosamente planejada para que a criança tenha nela uma participação ativa e criativa. Para isto é necessário que o educador saiba:

Ø  Em que momento a criança se encontra;
Ø  Os passos prévios para determinadas aquisições.

Quanto á linguagem, é prioritário observar se é uma linguagem que comunica ou se é uma linguagem cascata que no fundo diz muito pouco. Uma boa ajuda para criança é encontrar um interlocutor que se interesse pelo que ela diz. Não como perguntas diretas que organizem sua exposição, mas sim com um interesse autentico nela, como portadora da palavra.

Para finalizarmos é indispensável que a criança e seus pais mediante a intervenção inteligente do educador; recebam uma imagem integradora que conjugue o que saber e o não saber fazer. O que pode e o que não pode. O que agrada e o que desagrada. Somente a partir da capacidade do educador de pensar no melhor e mais saudável da criança e sua família e, em segundo plano, nas dificuldades, poderá elaborar um plano de ajuda que seja efetivo.



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