O número de crianças com
dificuldades no aprendizado é cada vez maior, portanto estamos nos referindo a
uma grande parcela da população escolar. A possibilidade de contar com
ambientes pedagógicos saudáveis por si só funciona de uma forma terapêutica e
reparadora para estas crianças. A escola deve oferecer um meio que seja e não
que são. É importante mencionar aqui, Nélida García Márquez, que propõe linhas
básicas a respeito de como deveria ser o colégio para converter-se num verdadeiro
apoio para seus alunos, como a criança deveria vivenciar seu processo de
aprendizagem e qual é a forma mais conveniente de trabalhar com crianças com
dificuldades de aprendizagem.
Inicialmente serão
mencionados os padrões para o MEIO
ESCOLAR:
· Conhecer
a fundo as possibilidades dos seus alunos conforme sua maturidade afetiva e
intelectual;
· Conhecer
os fatores individuais e ambientais presentes e passados que tenham favorecido
ou perturbado o desenvolvimento da criança;
· Ajustar
os aspectos para determinar os objetivos da aprendizagem para cada grupo em
particular;
· Planejar
as experiências de aprendizagem como propostas integradas;
· Manter
relações frequentemente e cooperativas com os pais;
· Realizar uma analise QUALITATIVA e não
quantitativa do processo e não somente dos seus resultados;
· Estimular
a capacidade para colocar-se em contato com os demais por meio de brincadeiras,
do dialogo e do trabalho em comum;
· Favorecer
a alternância das atividades grupais e individuais;
· Favorecer
a discriminação entre realidade e fantasia;
· Compreender
as relações logicas de medo, angustia e rejeição que a aprendizagem gera.
Verbaliza-as e aceita sua manifestação;
· Compreender
as características especificas das crianças segundo seu desenvolvimento
evolutivo.
Agora iremos falar da VISÃO DA CRIANÇA, é compreensível que ela sinta-se compreendida e
aceita, tanto pela sua família como pelo educador. Nélida García Márquez nos
aproxima da vivencia da criança:
· A criança
deve sentir que o educador NÂO SE
DECEPCIONA com ela por apresentar dificuldades no seu processo de
aprendizagem;
· Percebe
que não decepciona o educador porque este tem propostas diferentes; não espera
o impossível: que todas as crianças aprendam igualmente, ao mesmo tempo, no
mesmo prazo. O educador deve saber que as crianças não podem ser iguais nem
aprender da mesma forma e com materiais idênticos;
· Descobre
por meio da dinâmica da classe que sua dificuldade não é a única. Que não é um
castigo, nem uma culpa pela qual deve pagar com fracasso ou a marginalização;
· Mostrar
a apreço pelas propostas eu recebe, que o educador tem recursos para permitir a
ela descobrir em si mesma suas possiblidades, reconhecer suas dificuldades e
aprender a partir dela.
Já em relação a como planejar e orientar as tarefas Nélida
García Márquez menciona as seguintes colocações: “O trabalho de recuperação não
deve ser centrado de forma exclusiva ou predominante sobre a dificuldade”.
Porque não deve ser feito isso:
· Condiciona
o fracasso ao propor precisamente aquilo em que o aluno falha. Provoca desinteresse
e resistência no aluno;
· Do ponto
de vista teórico seria supor que uma dificuldade é isolável. Desconhecer a
inter-relação como outros aspectos que favorecerão a superação do problema;
Ressaltaremos
que é importante levar em consideração que:
· É fundamental
trabalhar com a criança e não para ela. Isto significa que na modificação da atitude frente à aprendizagem o
educador pode e deve ser um bom modelo para a criança utilize como referencia;
· A criança
deve PARTICIPAR da sua recuperação. Esta
não pode ser uma tarefa externa a ela, só conhecida pelo educador. Este objetivo
não pode limitar uma declaração de princípios. Para atingi-lo é necessário que
a criança intervenha na programação e na avaliação do processo;
· Quando
uma aprendizagem é bloqueada não deve insistir nela. É, necessário facilitar
novos elementos para que a criança os
integre e consiga chegar á solução por outro caminho. Sabemos que esta condição
não é nos conhecida; nós adultos também nos “FECHAMOS” a determinada
aprendizagem e, sempre que podemos, desviamos por um caminho pela qual avançamos
melhor. Também sabemos por experiência própria quão difícil resulta, às vezes,
superar um degrau na compreensão e resolução de uma proposta. As crianças não
são diferentes neste aspecto;
· Deve
se favorecida uma aprendizagem integrada e totalizadora, onde a realidade seja
percebida como: um todo com inter-relação das partes, que é vivenciada ao mesmo
tempo a partir do sensório-motor, do intelectual, do simbólico e que evoca no
sujeito sentimento de agrado e desagrado. É indubitável que depois desta
captação global é necessário proceder sua analise, sem perder de vista a
totalidade. Quanto mais rica for, mais esquema põe em jogo e melhor mantém a atenção;
· Há uma
parte da tarefa que é proposta livremente. Serve para que o EDUCADOR veja o nível
no qual a criança está e de que forma encara a resolução da proposta que recebe.
Orienta-se para dialogar com a criança e selecionar atividades de todas as áreas
de aprendizagem. O educador, periodicamente, propõe atividades livres para ver
os progressos, detenções e retrocessos. Fundamentalmente para detectar as novas
formas de resolução que a criança se permite.
Há outra parte da tarefa que deve ser cuidadosamente planejada
para que a criança tenha nela uma participação ativa e criativa. Para isto é necessário
que o educador saiba:
Ø Em que
momento a criança se encontra;
Ø Os passos
prévios para determinadas aquisições.
Quanto á linguagem, é prioritário observar se é uma
linguagem que comunica ou se é uma linguagem cascata que no fundo diz muito
pouco. Uma boa ajuda para criança é encontrar um interlocutor que se interesse
pelo que ela diz. Não como perguntas diretas que organizem sua exposição, mas
sim com um interesse autentico nela, como portadora da palavra.
Para finalizarmos é indispensável que a criança e seus
pais mediante a intervenção inteligente do educador; recebam uma imagem integradora
que conjugue o que saber e o não saber fazer. O que pode e o que não pode. O que
agrada e o que desagrada. Somente a partir da capacidade do educador de pensar
no melhor e mais saudável da criança e sua família e, em segundo plano, nas
dificuldades, poderá elaborar um plano de ajuda que seja efetivo.
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