DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E NA ESCRITA:
O DESAFIO DESTE SÉCULO.
Dificuldade de aprendizagem são todas as
dificuldades encontradas no âmbito escolar e relacionadas com a aprendizagem,
esse artigo abordará principalmente as dificuldades relacionadas à área da
leitura e da escrita. Procuramos
compreender como ocorre a aprendizagem, e a partir daí então, procuramos
identificar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais que influenciam o
processo de ensino/aprendizagem, especificamente da leitura e da escrita.
Ao adentrar ao espaço escolar a criança se depara com situações desafiadoras e muitas vezes conflitantes. O ser humano desde o nascimento aprende e se desenvolve, segundo Vygotsky. Diferentemente da aprendizagem proporcionada pela família, primeiro ambiente de aprendizagem, ao meio escolar precisa planejar situações de aprendizagem, e essas requerem do educador pensar nas diferenças, nas individualidades. Nesse sentido convém lembrar que o processo de aprender é singular, ou seja, cada pessoa tem uma forma de reconstruir o seu conhecimento.
Mas o grande desafio
está em descobrir como cada sujeito aprende e principalmente dentro de um
processo sócio histórico e como algumas crianças têm mais dificuldades para
aprender do que outras. Dessa forma
surgem então as seguintes indagações por parte de educadores e familiares:
Ø Como ocorre a aprendizagem dos alunos que tem dificuldade de
aprendizagem (DA)?
Ø Qual a área de aprendizagem
que as crianças encontram mais dificuldade na leitura ou escrita?
Ø Como é o desenvolvimento psicossocial, emocional, cognitivo e
físico?
Ø Qual papel a escola assume frente ao desafio de ensinar?
Sabe-se que as dificuldades
de aprendizagem é um assunto bastante discutido e muito complexo, no entanto, segundo
Gómez e Téran (2009), a aprendizagem depende de cada pessoa, é algo interno,
mas acaba se constituindo a partir da interação entre os sujeitos, e ocorre ao
longo da vida. No cérebro das pessoas ocorrem períodos que são fundamentais
para desenvolver alguns estímulos, períodos estes sensíveis à estimulação
ambiental, necessário para que ocorram mudanças. Esses períodos são chamados de
janela de oportunidades (Gómez e Téran, 2009), onde a criança com três anos de
idade assume o seu controle emocional, por volta de quatro anos começa a
desenvolver o raciocínio lógico e matemático, aos seis anos desenvolve o
vocabulário e as habilidades motoras, e finalmente com dez anos aprimora a
linguagem e desperta o interesse pela música.
Vale ressaltar que, para o alcance da aprendizagem, é importante respeitar que cada indivíduo aprende de uma maneira singular, dependendo da estrutura cerebral e afetiva de cada um.
Gómez e Téran ainda afirmam (2009), que o homem já nasce inserido em uma sociedade organizada, com normas e uma história. A relação entre as pessoas permite que ocorram algumas manifestações simbólicas como a linguagem e o pensamento. Por meio desta relação entre o sujeito e o mundo, a aprendizagem continua ocorrendo, fazendo disso uma atividade funcional, com sentido e organização e para levar em consideração as bases neurofuncionais e os processos psicológicos é necessário ponderar os processos neuropsicológicos.
Entende-se como neuropsicologia o estudo dos distúrbios das funções superiores produzidos por alterações cerebrais, investigando, especificamente, os distúrbios dos comportamentos adquiridos, pelos quais cada homem mantém relações adaptadas com o meio. Somente há pouco mais de cem anos é que se passou a conhecer o funcionamento ao nível do córtex cerebral, por meio do estudo das lesões espontâneas localizadas e ressecções parciais do cérebro, que permitiram demonstrar que as diversas partes hemisféricas não possuem a mesma função e que existe uma organização cerebral semelhante em todos os indivíduos.
Os processos neuropsicológicos, que envolvem o cérebro e o comportamento, e intervêm na aprendizagem são definidos como:
Vale ressaltar que, para o alcance da aprendizagem, é importante respeitar que cada indivíduo aprende de uma maneira singular, dependendo da estrutura cerebral e afetiva de cada um.
Gómez e Téran ainda afirmam (2009), que o homem já nasce inserido em uma sociedade organizada, com normas e uma história. A relação entre as pessoas permite que ocorram algumas manifestações simbólicas como a linguagem e o pensamento. Por meio desta relação entre o sujeito e o mundo, a aprendizagem continua ocorrendo, fazendo disso uma atividade funcional, com sentido e organização e para levar em consideração as bases neurofuncionais e os processos psicológicos é necessário ponderar os processos neuropsicológicos.
Entende-se como neuropsicologia o estudo dos distúrbios das funções superiores produzidos por alterações cerebrais, investigando, especificamente, os distúrbios dos comportamentos adquiridos, pelos quais cada homem mantém relações adaptadas com o meio. Somente há pouco mais de cem anos é que se passou a conhecer o funcionamento ao nível do córtex cerebral, por meio do estudo das lesões espontâneas localizadas e ressecções parciais do cérebro, que permitiram demonstrar que as diversas partes hemisféricas não possuem a mesma função e que existe uma organização cerebral semelhante em todos os indivíduos.
Os processos neuropsicológicos, que envolvem o cérebro e o comportamento, e intervêm na aprendizagem são definidos como:
·
Processamento perceptivo ou gnosias;
·
Praxias ou processamento psicomotor;
·
Atenção;
·
Memória;
·
Percepção;
·
Pensamento e linguagem.
Vejamos:
As gnosias ou processamento perceptivo fazem referência ao reconhecimento do mundo, por meio da sensibilidade.
A organização cognitiva cerebral está subordinada às capacidades gnósticas. Quando um estímulo visual, auditivo, olfativo ou tátil é captado por um receptor específico, localizado no órgão sensorial correspondente, é interpretado pelo sistema nervoso. (...) No córtex cerebral é iniciado o processo de reconhecimento configuracional. Esta é a fase perceptiva denominada processo gnósico ou gnosia.
Dependendo da ação que valorizamos podemos utilizar diferentes formas de gnosias, por exemplo, a visual, auditiva ou tátil.
As Apraxias ou processamento psicomotor é a execução de atos voluntários complexos e organizados, que aprendemos durante toda a vida. Tais movimentos vão se tornando mais elaborados e requintados a partir da repetição deles, como:
As gnosias ou processamento perceptivo fazem referência ao reconhecimento do mundo, por meio da sensibilidade.
A organização cognitiva cerebral está subordinada às capacidades gnósticas. Quando um estímulo visual, auditivo, olfativo ou tátil é captado por um receptor específico, localizado no órgão sensorial correspondente, é interpretado pelo sistema nervoso. (...) No córtex cerebral é iniciado o processo de reconhecimento configuracional. Esta é a fase perceptiva denominada processo gnósico ou gnosia.
Dependendo da ação que valorizamos podemos utilizar diferentes formas de gnosias, por exemplo, a visual, auditiva ou tátil.
As Apraxias ou processamento psicomotor é a execução de atos voluntários complexos e organizados, que aprendemos durante toda a vida. Tais movimentos vão se tornando mais elaborados e requintados a partir da repetição deles, como:
ü Andar;
ü Comer;
ü Escrever.
As apraxias são as habilidades dirigidas à execução gestual, a praxia melocinética ou a ideomotora, praxias especificas com o buço facial. As funções executivas estão envolvidas no controle e na regulação de processos cognitivos mais simples.
Essas aquisições motoras desenvolvem um exercício do sistema nervoso nomeado de psicomotricidade, esse processo abrange as interações cognitivas, emocionais, simbólicas e sensório-motoras, fazendo com que o indivíduo desenvolva sua personalidade de maneira íntegra.
As apraxias são as habilidades dirigidas à execução gestual, a praxia melocinética ou a ideomotora, praxias especificas com o buço facial. As funções executivas estão envolvidas no controle e na regulação de processos cognitivos mais simples.
Essas aquisições motoras desenvolvem um exercício do sistema nervoso nomeado de psicomotricidade, esse processo abrange as interações cognitivas, emocionais, simbólicas e sensório-motoras, fazendo com que o indivíduo desenvolva sua personalidade de maneira íntegra.
A atenção é método mais eficaz para a obtenção do conhecimento. Para que ocorra o processo de atenção é necessário a disposição neurológica do cérebro para receber os estímulos. Este procedimento tem seu desenvolvimento progressivo e complexo envolvendo o psicológico, neurológico e cognitivo.
Nessa perspectiva podemos até afirmar que a atenção é todo processo associado à seleção e à organização da informação, isto é, a uma atividade que processe os componentes básicos necessários para a concentração e a ação. Temos a atenção visual e a espacial. A percepção de faces é uma atividade de relevância no cotidiano do ser humano.
Considera-se que a atenção é a maneira que admite sustentar a finalidade de aprender e lembrar, sendo um elemento imprescindível para a memória.
A memória abrange a estruturação psíquica, neurológica e cognitiva. É através da memória que conseguimos recordar dos fatos passados, fator primordial para estruturar a aprendizagem através do registro das vivências. Todos os indivíduos possuem memória a curto ou longo prazo, sendo dividida em memória sensorial e memória declarativa.
Quanto à memória sensorial, ela permite o registro de cada experiência sensorial. A existência dessa memória possibilita o reconhecimento configuracional, que nos permite vivência e experiência como nossa, como algo familiar. Já a memória declarativa é a habilidade de armazenar e recordar ou reconhecer conscientemente fatos e acontecimentos; a lembrança pode ser declarada, isto é, trazida à mente verbalmente como uma proposição, ou não verbalmente como uma imagem. Portanto, se houvesse a ausência da memória não seria possível fixar nem conservar as informações vivenciadas e experimentadas pelo ser humano.
É importante destacar que a criança deve ser estimulada desde cedo a desenvolver a linguagem, pois isso a ajudará a fazer, a compreender e a descobrir fatos novos. Existem casos em que as crianças não demonstram interesse para falar, pedir o que querem e, quando querem alguma coisa apontam para o objeto. Essa ação faz com que a criança tarde o seu desenvolvimento linguístico e a maturação cerebral.
Destacamos que o cérebro humano é composto por dois hemisférios, que são responsáveis pela organização da aprendizagem, onde o hemisfério direito responde às questões intuitivas, e o esquerdo as lógicas. O hemisfério esquerdo é responsável pelas funções de:
·
Análise;
·
Organização;
·
Seriação;
·
Atenção
auditiva;
·
Fluência
verbal;
·
Regulação
dos comportamentos pela fala;
·
Praxias, raciocínio verbal;
·
Vocabulário,
cálculo, leitura e escrita.
É o hemisfério dominante da linguagem e
das funções psicolinguísticas.
O hemisfério direito é responsável pelas funções de síntese:
·
Organização;
·
Processo emocional;
·
Atenção visual;
·
Memória visual de objetos e figuras.
O hemisfério direito
processa os conteúdos não-verbais, como as experiências, as atividades de vida
diária, a imagem as orientações espaço-temporais e as atividades interpessoais.
Muitas atividades exercidas precisam que os dois hemisférios atuem
conjuntamente se complementando ou dependendo da ação realizada, um deles
assume o controle e o outro continua a participar. Outro fator importante é saber respeitar como cada aluno consegue
aprender, sendo que cada indivíduo tem um modo diferente de assimilar o
conhecimento. Alguns aprendem com mais facilidade através da observação ou
vendo a expressão facial da pessoa que está transmitindo a mensagem, ou seja,
da forma visual, outros são ouvindo as mensagens que estão sendo repassadas que
conseguem compreender o que está sendo ensinado possuindo mais facilidade para
se expressar oralmente, sendo este o estilo auditivo, temos ainda, os alunos
que têm mais facilidade em aprender se conseguirem se envolver com o elemento
de estudo através do fazer, ou por meio de atividades físicas ou manipulação de
objetos, sendo que este é o modo físico de aprendizagem.
Ao se referir a um processo de ensino e aprendizagem precisamos considerar todas essas questões abordadas, principalmente se o objetivo é compreender as dificuldades de aprendizagem, do comportamento e dos relacionamentos dos alunos, que além de ser uma questão cognitiva, muitas vezes está relacionado com as questões institucionais relacionadas às instituições de ensino público.
Nesse contexto remeter-se à escolarização do aluno significa considerar todo o processo de ensino-aprendizagem e a multiplicidade de elementos que este envolve, como:
Ø O sistema político e econômico vigente;
Ø A escola;
Ø Sua política e proposta
pedagógica;
Ø Seus professores;
Ø Sua formação, crenças e
práticas pedagógicas;
Ø Os alunos com suas
capacidades e dificuldades.
As dificuldades de aprendizagem, principalmente da linguagem, muitas vezes, estão relacionados com a falta de oportunidades de aprender, finalizamos dizendo que a escrita é relativa à cultura que pertencemos e aprendida pelo ensino, necessitando assim que o aluno além de desenvolver suas habilidades perceptuais e motoras, deva fazer parte de uma sociedade letrada.
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