Colocar no castigo ou no descanso?
Bem, na
realidade são palavras diferentes, mas que tem o mesmo objetivo. Quando se
coloca uma criança de castigo ou no descanso o objetivo é para ela refletir
sobre aquilo que ela fez de errado. Além disso, vem outro questionamento.
Castigar ou não? Esse assunto é bastante discutido em escolas, em família e até
mesmo em abrigo. É certo colocar de castigo ou não os nossos filhos
quando tiverem um mau comportamento? Ouço muito essas dúvidas nos
atendimentos por parte de pais e educadores em geral. Apesar de ter uma opinião
formada a respeito do assunto mais fui me aprofundar mais, fiz pesquisas, li
bastante sobre o assunto, ouvi outros profissionais e cheguei à conclusão, a
resposta é que podemos, sim, castigar como forma de EDUCAR. O objetivo deve ser ensinar
limites e ajudar no desenvolvimento das crianças. Porém, esse castigo ou descanso como queira denominá-lo
não poderá ser simplesmente castigar por castigar.
Disciplinar, orientar uma
criança é fator determinante para qualquer educação, tem que fazer com quer a
criança reflita sobre aquilo que fez de errado e ela mesma sentir que errou. E
que os erros trará uma consequência.
Existe uma frase bem pertinente que é muito
usada “ Educar não é uma tarefa
simples. Requer trabalho e paciência por parte dos pais. Cabe a eles ensinarem
as regras e os limites do convívio social, com calma e segurança.” Essa
frase diz tudo que queremos alcançar com os castigos.
Os castigos para funcionarem
positivamente como uma estratégia educativa devem ser rápidos, imediatos, verbalizados
e aplicados sem irá e rancor.
E, para ajudar pais e educadores a aplicar o
castigo/descanso da forma CORRETA e EDUCATIVA, sem correr o risco de cai na
Lei da palmadas e maltratos a crianças selecionei as principais dicas de acordo
com minhas pesquisas, estudos e troca de figurinhas com outros profissionais.
São elas:
1-
Explique os
motivos do castigo/descanso - as crianças
precisam entender o motivo do castigo/descanso e não acharem que estão sendo
punidos por autoritarismo ou irritação dos responsáveis. Elas precisam entender
que o castigo/descanso é consequência de algo que elas mesmas praticaram e que ninguém têm prazer em castigar, colocá-las no descanso.
Precisa deixar bem claro o motivo pelo qual a levou a tomar a decisão de colocá-la
de castigo/descanso e que não vale apena repeti-lo;
2-
Preste atenção
nas suas palavras – oriente sempre com
objetividade e rigidez, olhando nos olhos da criança e fazendo com que entenda
que você está chateada, decepcionada com a atitude dela e não propriamente com
ela. Como a decepção é com a atitude e não com ela é bom repetir as seguintes
frases: “Que coisa feia você fez”! “Isso não são coisas que uma criança educada
como você deva fazer”! Nunca, sobre circunstancia alguma diga que a criança é
mal educada e sim as atitudes dela no momento é de criança mal educada;
3-
Preferível não bater - as famosas “palmadinhas” não são bem-vindas na educação da
criança. A agressão nunca resolveu nada, quase sempre provoca raiva e medo. E é
justamente o medo da agressão que fará a criança não repetir a atitude errada e
não por que ela compreendeu as razões da punição;
4-
O castigo deve ser imediato – independente de qualquer lugar a criança pequena deve ser
repreendida logo em seguida ao mau comportamento. Porém, tenha cautela com essa
dica, pois o castigo/descanso não deve ser aplicado na presença de outras
pessoas, principalmente de visitas uma vez que a existência de público o
tornaria mais humilhante, apesar dela ter feito uma coisa errada, é preciso
preservá-la e sem falar que você correrá um serio risco de alguém se meter e você
ter que ser indelicado com alguém com frases do tipo: “a criança é minha, não
se meta na educação dela”! Retire-a discretamente para um local discreto e
resolva a questão;
5-
Não aplique o
castigo na hora da raiva – Muita sabedoria,
tranquilidade e calma nessa hora, não grite, não levante a voz. Seja objetiva,
cuidado com o blá, blá, blá. As crianças se acostumam com os gritos e isso não
mais as assustarão, elas costuma dizer: “ de novo essa conversa”!;
6-
Seja firme – sempre que for falar com uma criança abaixe-se para ficar da
mesma altura dela, olhe nos olhos dela, tenha cuidado para não se “derreter”
com apelos como: “nunca mais vou fazer”, “desculpe eu te amo”, ou também muitas
lágrimas e chantagens. Continue firme depois da decisão tomada, não volte atrás,
a criança poderá usar essa arma para se livrar dos castigos sempre;
7-
Castigos justos - não exagere os limites do que é razoável. Reflita se
realmente é necessário um castigo naquele momento para que este não se torne
algo banal e perca a credibilidade. O castigo deve ser ainda proporcional ao
ato cometido e não ao estado de humor do adulto naquele momento;
8-
Os castigos de
longa duração de tempo talvez não funcionam - é preferível deixar a criança sentada por 5 a 10 minutos, se
for preciso aumenta gradativamente de acordo com as regras que fora estabelecidas
anteriormente. Não recomendo já coloca-la meia hora uma hora, pois após isso a
criança, como ser lúdico que é, começa a se distrair com seus pés, suas pernas,
seus cabelos e até esquece que está de castigo;
9-
Aplique o
tempo correto no castigo - orienta-se que
comece com 10 minutos e a cada saída aumentará 5 minutos, é de suma importância
estabelecer as regras para criança e certifica-se que ela entendeu. Por
exemplo, dizer a crianças que ela irá ficar 10 minutos refletindo, não pode
sair para fazer xixi, beber água ou realizar qualquer outra atividade, fique
atento, pois nessa hora vai dá vontade de tanta coisa, fique firme na decisão, descumpriu
aumenta 5 minutos;
10- Cuidado com as ameaças – nunca faça ameaças, só diga aquilo que você poderá cumprir,
pois quando se diz uma coisa que não se cumpre tornara-se uma pessoa sem credibilidade.
A criança diz logo: “ela só fala e não faz nada”. Portanto, cuidado com o que
anunciará, tudo que for anunciado deverá ser cumprido.