quinta-feira, 27 de junho de 2013

A PSICOPEDAGOGIA E SEU PAPEL NA CLINICA E NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR.

A Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo, portanto, um caráter preventivo e terapêutico. Preventivamente deve atuar não só no âmbito escolar, mas alcançar a família e a comunidade, esclarecendo sobre as diferentes etapas do desenvolvimento, para que possam compreender e entender suas características evitando assim cobranças de atitudes ou pensamentos que não são próprios da idade. Terapeuticamente a psicopedagogia deve identificar analisar, planejar, intervir através das etapas de diagnóstico e tratamento.

QUEM SÃO OS PSICOPEDAGOGOS?

São profissionais preparados para atender crianças ou adolescentes com problemas de aprendizagem, atuando na sua prevenção, diagnóstico e tratamento clínico ou institucional.

 ONDE ATUAM OS PSICOPEDAGOGOS?

O psicopedagogo poderá atuar em escolas e empresas (psicopedagogia institucional), na clínica (psicopedagogia clínica).

 COMO SE DÁ O TRABALHO DA PSICOPEGOGA NA CLÍNICA?

O psicopedagogo, através do diagnóstico clínico, irá identificar as causas dos problemas de aprendizagem. Para isto, ele usará instrumentos tais como, provas operatórias (Piaget), provas projetivas (desenhos), EOCA, anamnese.
Na clínica, o psicopedagogo fará uma entrevista inicial com os pais ou responsáveis para conversar sobre horários, quantidades de sessões, honorários, a importância da freqüência e da presença e o que ocorrer, ou seja, fará o enquadramento. Neste momento não é recomendável falar sobre o histórico do sujeito, já que isto poderá contaminar o diagnóstico interferindo no olhar do psicopedagogo sobre o sujeito. O histórico do sujeito, desde seu nascimento, será relatado ao final das sessões numa entrevista chamada anamnese, com os pais ou responsáveis.

O DIAGNOSTICO É COMPOSTO DE QUANTAS SESSÕES?

Entre 8 a 10 sessões, sendo duas sessões por semana, com duração de 50 minutos cada.

E DEPOIS DO DIAGNÓSTICO, O QUE VAI ACONTECER COM O APRENDENTE?

O diagnóstico poderá confirmar ou não as  suspeitas do psicopedagogo. O profissional poderá identificar problemas de aprendizagem. Neste caso ele indicará um tratamento psicopedagógico, mas poderá também identificar outros problemas e aí ele poderá indicar um psicólogo, um fonoaudiólogo, um neurologista, ou outro profissional a depender do caso.

E O TRATAMENTO PSICOPEDAGÓGICO?

O tratamento poderá ser feito com o próprio psicopedagogo que fez o diagnóstico, ou poderá ser feito com outro psicopedagogo.
Durante o tratamento são realizadas diversas atividades, com o objetivo de identificar a melhor forma de se aprender e o que poderá estar causando este bloqueio. Para isto, o psicopedagogo utilizará recursos como jogos, desenhos, brinquedos, brincadeiras, conto de histórias, computador e outras situações que forem oportunas. A criança, muitas vezes, não consegue falar sobre seus problemas e é através de desenhos, jogos, brinquedos que ela poderá revelar a causa de sua dificuldade. É através dos jogos que a criança adquire maturidade, aprende a ter limites, aprende a ganhar e perder, desenvolve o raciocínio, aprende a se concentrar, adquire maior atenção.
O psicopedagogo solicitará, algumas vezes, as tarefas escolares, observando cadernos, olhando a organização e os possíveis erros, ajudando-o a compreender estes erros.
Irá ajudar a criança ou adolescente, a encontrar a melhor forma de estudar para que ocorra a aprendizagem, organizando, assim, o seu modelo de aprendizagem.
O profissional poderá ir até a escola para conversar com o(a) professor(a), afinal é ela que tem um contato diário com o aluno e poderá dar muitas informações que possam ajudar no tratamento.
O psicopedagogo precisa estudar muito. E muitas vezes será necessário recorrer a outro profissional para conversar, trocar idéias, pedir opiniões, ou seja, fazer uma supervisão psicopedagógica.

COMO SE DÁ O TRABALHO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR?

O psicopedagogo na instituição escolar poderá:
·  Ajudar os professores, auxiliando-os na melhor forma de elaborar um plano de aula para que os alunos possam entender melhor as aulas;
·  Ajudar na elaboração do projeto pedagógico;
·  Orientar os professores na melhor forma de ajudar, em sala de aula, aquele aluno com dificuldades de aprendizagem;
· Realizar um diagnóstico institucional para averiguar possíveis problemas pedagógicos que possam estar prejudicando o processo ensino-aprendizagem;
·  Encaminhar o aluno para um profissional (psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo etc) a partir de avaliações psicopedagógicos;
· Conversar com os pais para fornecer orientações;
· Auxiliar a direção da escola para que os profissionais da instituição possam ter um bom relacionamento entre si;
· Conversar com a criança ou adolescente quando este precisar de orientação.

O QUE É FUNDAMENTAL NA ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA?

A escuta é fundamental para que se possa conhecer como e o que o sujeito aprende, e como diz Nádia Bossa, “perceber o interrogou entre o desejo de conhecer e o de ignorar”.
O psicopedagogo também deve estar preparado para lidar com possíveis reações frente a algumas tarefas, tais como: resistências, bloqueios, sentimentos, lapsos etc.

E não parar de buscar, de conhecer, de estudar, para compreender de forma mais completa estas crianças ou adolescentes já tão criticados por não corresponderem às expectativas dos pais e professores.

                                 Acompanhamento Psicopedagógico


Criança precisando ser ouvida

Criança após possar por acompanhamento Psicopedagógico

Criança sendo acompanhada por Psicopedagoga na Instituição


sexta-feira, 21 de junho de 2013

EXERCICIO PARA MELHORAR A PRONUNCIA, O TOM DE VOZ E A ENTONAÇÃO.

O professor deve escrever uma frase no quadro, por exemplo:

Sexta é dia de manifestação popular em Timon.

Pede-se o aluno que a leia. Depois é colocado o ponto de interrogação e volta-se a pedir que a leiam. Muda-se o ponto de interrogação  por ponto de exclamação. Pode-se pedir também a eles que leiam a frase com diferentes  tons de voz, diferentes estados de animo como alegria, triste, assustado, nervoso etc.
Para trabalha a vocalização, pode-se começar com as vogais. As crianças podem começar experimentando como muda a forma da sua boca quando pronuncia cada uma das vogais. Podem fazer desenhos de suas faces ao pronunciá-las. Podem ser procuradas palavras que contenham uma só vogal, por exemplo:
Ø “a” palavra, cama, nata, casa, mala;
Ø “e” esse, mexer, beber, tercer;
Ø “i”  Biri, mimi;
Ø “o” foco, osso, poço;
Ø “u” húmus, Lulu.
Estes exercícios podem ser feitos também com as consoantes.
Propõe-se que as crianças vão dizendo palavras que contenham uma silaba que o educador diga. Por exemplo, pode-se começar por “pa”. A criança que se equivocar ou repetir uma palavra deve sair do jogo. Continua como o “pe”, “pi”, “po” e “pu”. Pode-se prosseguir com “pra”.
Os alunos estão divididos em quatro grupos. O educador diz uma palavra. Por exemplo, mesa. O primeiro grupo deve repetir esta palavra. O segundo grupo deve dizer uma palavra que rime com mesa e assim sucessivamente.
Os trava-línguas nos permitem aperfeiçoar  a pronuncia. Pode-se trabalhar na sala de aula com diferentes trava-linguas. O educador dividirá a turma em grupos, conforme o numero orações do trava-linguas. Cada grupo deverá aprender uma oração e as irá repetindo na ordem adequada.  Pouco a pouco, à medida que fiquem treinados, podem ir aumentando as frases ate conseguir dizê-lo por inteiro.
Como exemplos têm esses:

Três tigres tristes
Trilham trigo
Num trigal.

O pinto pia
A pia pinga
Quanto mais o pinto pia
Mais a pia pinga.

Me disseram um ditado
Que disseram que eu disse
Esse ditado está mal dito
Pois se eu o tivesse dito
Estaria melhor dito
Que o dito que disseram
Que eu disse.

Também pode variar os travas-línguas mudando palavras por sugestões das crianças, o importante é que a haja a integração da criança.
Outro exercício muito bom para melhorar a pronuncia e a entonação é esse:
As crianças estão sentadas nas suas carteiras e , seguindo uma ordem pré-estabelecida, um aluno deve pronunciar o som de uma consoante, por exemplo, “p”. O segundo deve pronunciar a letra do seu colega mais uma vogal, o terceiro uma palavra que comece com duas letras que seus colegas disseram. Isto continua ate chegar a oito letras. Depois voltamos a começar com outro aluno que comece com outra consoante.

Como vocês pode observar não é muito difícil tornar a sala de aula um lugar agradável, sem muitos recursos, basta um pouco de vontade. Quando o aluno sente-se valorizado ele jamais trocará a sala de aula pelas ruas.



quinta-feira, 20 de junho de 2013

A PSICOPEDAGOGIA E O ATO DE BRINCAR.


        A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem, interligando-se a prevenção e correção da dificuldade do aprendizagem humana em seus estados normais e patológicos, bem como a influência do meio como: família, escola, sociedade no seu desenvolvimento.
      A Psicopedagogia tem se constituído no espaço privilegiado para pensar sobre as questões de ensino-aprendizagem. Sendo assim, está intimamente ligada ao ato de brincar, como fonte de conhecimento.
Por meio de técnicas e métodos próprios o psicopedagogo possibilita uma intervenção psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo mais abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação como afetividade, cognitivo, social, cultural, entre outros.
     O processo de aprendizagem, bem como suas dificuldades, deixa de focalizar somente o aluno e o professor isoladamente e passa a ser visto como um processo de interações entre ambas as partes com inúmeras variações que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo.
     Sendo assim, é possível constatar que uma das formas de trabalho psicopedagógico é fazendo uso do lúdico, quer seja no diagnóstico, ou no tratamento. Pois bem, segundo Bossa (2007, p. 31) “nesse trabalho de ensinar a aprender, o psicopedagogo recorre a critérios diagnósticos no sentido de compreender a falha na aprendizagem [...]” este sendo um trabalho clínico com o seu objetivo de prevenção dos problemas de aprendizagem, assim no diagnóstico, a atividade lúdica é um rico instrumento de investigação clínica, pois permite ao sujeito expressar-se livremente, através da ação do ato de brincar, a criança constrói um espaço entre a realidade e a imaginação. Sendo assim é nas atividades lúdicas, que aprende a lidar com o mundo real, desenvolvendo suas potencialidades, incorporando valores, conceitos e conteúdos.
      A utilização de brinquedos e jogos educativos como materiais pedagógicos, do ponto de vista da psicopedagogia, necessita da percepção do contexto em que se encontram inseridos, ou seja, estes instrumentos não são objetos comuns e sim objetos que trazem um saber em potencial que pode ser ou não ativado pelo aluno. Assim, são através do ato de brincar que observamos prazeres, frustrações, desejos, enfim, podemos trabalhar na construção do conhecimento. E ainda, o material pedagógico não deve ser visto como um objeto estático sempre igual para todas as crianças, pois, trata-se de um instrumento dinâmico que se altera de acordo com a imaginação do individuo, pois pode ocorrer uma reinterpretação do mundo, abrindo lugar para invenção e a produção de novos significados, saberes e práticas.
    A psicopedagogia, no âmbito institucional tem sua atuação preventiva, na relação de problemas de aprendizagem, preocupando-se especialmente com a instituição educacional. Porto (2007) relata que a psicopedagogia institucional dedica-se a áreas relacionadas ao planejamento educacional e assessoramento pedagógico, tendo sua colaboração com os planos educacionais e sanitários no âmbito das organizações, e ainda auxilia no resgate da identidade da instituição com o saber mediando e resgatando o processo do ensino-aprendizagem.
      Portanto, inserida a esta realidade, cabe ao educador definir quais objetivos pretende alcançar, utilizando uma metodologia adequada, onde estará selecionando jogos, brincadeiras e brinquedos coerentes, buscando explorar ao máximo os conhecimentos da criança. 
     A psicopedagogia surgiu para responder os problemas decorrentes do processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de estudo o ser em processo de construção do conhecimento. A aprendizagem humana, portanto é determinada pela interação entre o indivíduo e o meio, da qual participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. 
     No movimento de procurar entender estes aspectos é que o psicopedagogo constrói o seu trabalho, visando à diminuição dos problemas de aprendizagem e do fracasso escolar é nesse contexto de múltiplas interações que as atividades lúdicas são utilizadas no diagnóstico psicopedagógico, pois fazem com que as crianças revelem aspectos que não aparecem em situações mais formais do diagnóstico. 

Assim, a psicopedagogia visa buscar a melhoria das relações com a aprendizagem, bem como a melhoria da qualidade na construção da própria aprendizagem de alunos e educadores. Fica, portanto, evidenciado a essencialidade do lúdico no trabalho psicopedagógico, tanto no aspecto clínico quanto no institucional. No próprio diagnóstico, este pode ser encarado como uma possibilidade de compreender o funcionamento dos processos cognitivos e afetivo-sociais.
 






quarta-feira, 19 de junho de 2013

ATRASO NA LINGUAGEM DAS CRIANÇAS, UM TORMENTO PARA OS PAIS.

Como diferenciar problemas da linguagem e da fala?

É importante distinguir os problemas da linguagem, daqueles que dizem respeito à  fala, isto é, os aspectos mecânicos da produção das palavras, como o ritmo do discurso ou a articulação das palavras. Na gaguez existe um comprometimento do ritmo do discurso, podendo estar presente em crianças com 3, 4 anos de idade. As alterações da articulação das palavras, como omissão ou troca de sons, prejudicam a inteligibilidade. Muitas crianças apresentam erros articulatórios, porém, por volta dos 5, 6 anos eles desaparecem.
As alterações da fala e da linguagem são as perturbações do desenvolvimento mais frequentes nas crianças em idade pré-escolar. O atraso ou perturbação da linguagem atingem cerca de 5 a 10% das crianças nessa faixa etária. Utiliza-se o termo Atraso de Linguagem quando a aquisição se faz de forma tí­pica, embora mais tarde do que a idade habitual para cada etapa. A expressão Perturbação Específica do Desenvolvimento da Linguagem (PEDL) fica reservada para a situação em que este se processa de modo atí­pico e não à devida às situações acima referidas, uma vez que estão assegurados os pré-requisitos necessários. Existem ainda situações mais raras, em que há uma regressão da linguagem e a criança perde capacidades que já tinha previamente adquirido.
 A linguagem é um instrumento utilizado para a comunicação que consiste num conjunto de sí­mbolos, combinados de forma sistemática e orientado para armazenar e trocar informações. O desenvolvimento desta complexa função, ocorre espontaneamente e por etapas, existindo diferenças nas velocidades e estilos de aquisição, bem como nas diferentes culturas e lí­nguas.
O recém nascido apresenta já capacidade para descriminar sequências de sons, distinguir a voz da mãe e o idioma materno de outro idioma. Ao longo do 1º ano de vida a criança começa a emitir vocalizações, diferentes do grito ou choro, posteriormente diz sí­labas simples ou repetidas e, mais tarde, palavras já perceptíveis e com significado. Surge, depois, a combinação de duas ou mais palavras formando frases. Durante o processo de desenvolvimento, em regra, a compreensão precede a expressão, isto é, uma criança compreende uma palavra alguns meses antes de dizê-la. Durante a infância ocorre um aperfeiçoamento da articulação das palavras e da estrutura gramatical das frases, e ao longo de toda a vida um alargamento do vocabulário.
Para o desenvolvimento da linguagem é necessário que a criança tenha um nível cognitivo adequado, a audição mantida, o aparelho donatário (estruturas envolvidas na fala) íntegro, seja convenientemente estimulada e tenha vontade de comunicar. Deste modo é de esperar que uma criança com um atraso de desenvolvimento, surda, com paralisia cerebral, autismo ou um ambiente pouco estimulante possa apresentar uma alteração da linguagem.
Entre as causas mais frequentes de Atraso da Linguagem encontram-se o défice de audição, o atraso de desenvolvimento, a prematuridade, o autismo e a falta de estimulação. Em outras  circunstâncias pode ocorrer o chamado mutismo seletivo, em que a criança só fala em determinados ambientes, por exemplo não fala na escola e comunica normalmente em casa. Por outro lado, as PEDLs são essencialmente devidas a factores genéticos, tal como foi demonstrado em estudos efectuados em gêmeos. Perante o mesmo ambiente familiar, nos gêmeos verdadeiros  se um deles tem PEDL, a probabilidade de o irmão também ter é de 100%, enquanto que nos gêmeos falsos é de 50%. Estas perturbações não resultam de lesões visí­veis na estrutura do cérebro, mas no modo de funcionamento dos circuitos cerebrais que envolvem as áreas da linguagem. A regressão da linguagem pode ser causada por uma doença metabólica ou um tumor no Sistema Nervoso Central, um síndrome epiléptico específico denominado Landau-Kleffner ou determinados quadros de autismo.
 Quando esses sinais surgirem é hora de procurar   Neuropediatra:
Ø      Não falar consoante / vogal aos 8 meses e não apontar aos 12 meses não dizer nenhuma palavra aos 16 meses, não fazer expressões de 2 palavras aos 2 anos e não construir frases aos 3 anos linguagem incompreensí­vel para os pais aos 2 anos e para estranhos aos 3 anos não contar uma história aos 3 anos defeitos na articulação das palavras aos 6 anos suspeita de regressão da linguagem em qualquer idade.
Quando se coloca a hipótese de perturbação da linguagem deve ser realizada uma avaliação da audição, ní­vel cognitivo, desenvolvimento da linguagem e motor, integração social e comunicação. Raramente é necessário efetuar exames de diagnóstico como TAC, Ressonância magnética ou EEG, exceto se há historial de epilepsia, regressão da linguagem ou alterações no exame neurológico. Perante uma criança com menos de 3 anos, que tenha um atraso na linguagem, com bom desenvolvimento psicomotor, uma boa compreensão verbal, boas capacidades comunicativas e uma história familiar de aquisição tardia, pode ser mantida uma atitude de mera vigilância sem necessidade de intervenção imediata. 
O prognóstico das PEDLs é muito variável. Quando o diagnóstico é feito na idade pré-escolar, cerca de 37% das crianças recuperam antes dos 6 anos. Porém, estas crianças consideradas recuperadas apresentam alterações em testes verbais quando são avaliadas aos 15 anos. Os problemas da linguagem associam-se por vezes a dificuldades de aprendizagem, nomeadamente da leitura e escrita, perturbações emocionais e do comportamento e, mais tarde, dificuldades de inserção social e profissional. 
Não existem medicamentos para estas situações e a intervenção deve ser multidisciplinar e adaptada a cada criança. Consiste na reeducação e treino em terapia da fala e num enquadramento escolar adequado. Sempre que necessário deve-se recorrer a técnicas de comunicação total e linguagem gestual, na medida em que facilitam a linguagem oral e não prejudicam o seu desenvolvimento. É fundamental prevenir e tratar os problemas emocionais e o isolamento associados a este tipo de perturbações.



sábado, 8 de junho de 2013

A ESCOLA E AS CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.

O número de crianças com dificuldades no aprendizado é cada vez maior, portanto estamos nos referindo a uma grande parcela da população escolar. A possibilidade de contar com ambientes pedagógicos saudáveis por si só funciona de uma forma terapêutica e reparadora para estas crianças. A escola deve oferecer um meio que seja e não que são. É importante mencionar aqui, Nélida García Márquez, que propõe linhas básicas a respeito de como deveria ser o colégio para converter-se num verdadeiro apoio para seus alunos, como a criança deveria vivenciar seu processo de aprendizagem e qual é a forma mais conveniente de trabalhar com crianças com dificuldades de aprendizagem.
Inicialmente serão mencionados os padrões para o MEIO ESCOLAR:
· Conhecer a fundo as possibilidades dos seus alunos conforme sua maturidade afetiva e intelectual;
· Conhecer os fatores individuais e ambientais presentes e passados que tenham favorecido ou perturbado o desenvolvimento da criança;
· Ajustar os aspectos para determinar os objetivos da aprendizagem para cada grupo em particular;
· Planejar as experiências de aprendizagem como propostas integradas;
· Manter relações frequentemente e cooperativas com os pais;
·  Realizar uma analise QUALITATIVA e não quantitativa do processo e não somente dos seus resultados;
· Estimular a capacidade para colocar-se em contato com os demais por meio de brincadeiras, do dialogo e do trabalho  em comum;
· Favorecer a alternância das atividades grupais e individuais;
· Favorecer a discriminação entre realidade e fantasia;
· Compreender as relações logicas de medo, angustia e rejeição que a aprendizagem gera. Verbaliza-as e aceita sua manifestação;
· Compreender as características especificas das crianças segundo seu desenvolvimento evolutivo.
Agora iremos falar da VISÃO DA CRIANÇA, é compreensível que ela sinta-se compreendida e aceita, tanto pela sua família como pelo educador. Nélida García Márquez nos aproxima da vivencia da criança:
· A criança deve sentir que o educador NÂO SE DECEPCIONA com ela por apresentar dificuldades no seu processo de aprendizagem;
· Percebe que não decepciona o educador porque este tem propostas diferentes; não espera o impossível: que todas as crianças aprendam igualmente, ao mesmo tempo, no mesmo prazo. O educador deve saber que as crianças não podem ser iguais nem aprender da mesma forma e com materiais idênticos;
· Descobre por meio da dinâmica da classe que sua dificuldade não é a única. Que não é um castigo, nem uma culpa pela qual deve pagar com fracasso ou a marginalização;
· Mostrar a apreço pelas propostas eu recebe, que o educador tem recursos para permitir a ela descobrir em si mesma suas possiblidades, reconhecer suas dificuldades e aprender a partir dela.

Já em relação a como planejar e orientar as tarefas Nélida García Márquez menciona as seguintes colocações: “O trabalho de recuperação não deve ser centrado de forma exclusiva ou predominante sobre a dificuldade”.

Porque não deve ser feito isso:

· Condiciona o fracasso ao propor precisamente aquilo em que o aluno falha. Provoca desinteresse e resistência no aluno;
· Do ponto de vista teórico seria supor que uma dificuldade é isolável. Desconhecer a inter-relação como outros aspectos que favorecerão a superação do problema;

Ressaltaremos que é importante levar em consideração que:

· É fundamental trabalhar com a criança e não para ela. Isto significa que  na  modificação da atitude frente à aprendizagem o educador pode e deve ser um bom modelo para a criança utilize como referencia;
· A criança deve PARTICIPAR da sua recuperação. Esta não pode ser uma tarefa externa a ela, só conhecida pelo educador. Este objetivo não pode limitar uma declaração de princípios. Para atingi-lo é necessário que a criança intervenha na programação e na avaliação do processo;
· Quando uma aprendizagem é bloqueada não deve insistir nela. É, necessário facilitar novos elementos  para que a criança os integre e consiga chegar á solução por outro caminho. Sabemos que esta condição não é nos conhecida; nós adultos também nos “FECHAMOS” a determinada aprendizagem e, sempre que podemos, desviamos por um caminho pela qual avançamos melhor. Também sabemos por experiência própria quão difícil resulta, às vezes, superar um degrau na compreensão e resolução de uma proposta. As crianças não são diferentes neste aspecto;
· Deve se favorecida uma aprendizagem integrada e totalizadora, onde a realidade seja percebida como: um todo com inter-relação das partes, que é vivenciada ao mesmo tempo a partir do sensório-motor, do intelectual, do simbólico e que evoca no sujeito sentimento de agrado e desagrado. É indubitável que depois desta captação global é necessário proceder sua analise, sem perder de vista a totalidade. Quanto mais rica for, mais esquema põe em jogo e melhor mantém a atenção;
· Há uma parte da tarefa que é proposta livremente. Serve para que o EDUCADOR veja o nível no qual a criança está e de que forma encara a resolução da proposta que recebe. Orienta-se para dialogar com a criança e selecionar atividades de todas as áreas de aprendizagem. O educador, periodicamente, propõe atividades livres para ver os progressos, detenções e retrocessos. Fundamentalmente para detectar as novas formas de resolução que a criança se permite.

Há outra parte da tarefa que deve ser cuidadosamente planejada para que a criança tenha nela uma participação ativa e criativa. Para isto é necessário que o educador saiba:

Ø  Em que momento a criança se encontra;
Ø  Os passos prévios para determinadas aquisições.

Quanto á linguagem, é prioritário observar se é uma linguagem que comunica ou se é uma linguagem cascata que no fundo diz muito pouco. Uma boa ajuda para criança é encontrar um interlocutor que se interesse pelo que ela diz. Não como perguntas diretas que organizem sua exposição, mas sim com um interesse autentico nela, como portadora da palavra.

Para finalizarmos é indispensável que a criança e seus pais mediante a intervenção inteligente do educador; recebam uma imagem integradora que conjugue o que saber e o não saber fazer. O que pode e o que não pode. O que agrada e o que desagrada. Somente a partir da capacidade do educador de pensar no melhor e mais saudável da criança e sua família e, em segundo plano, nas dificuldades, poderá elaborar um plano de ajuda que seja efetivo.



quarta-feira, 5 de junho de 2013

O PAPEL DOS PROFISSIONAIS NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGENS.

Os problemas das dificuldades de aprendizagens são complexos e, portanto, devem ser abordado por profissionais especializados. Determinar as causas que estão por detrás desta problemática é tarefa que competem aos profissionais especializados em área tais como:
Psicopedagogo, Psicólogo, pediatra, Neuropsicologos e neurologistas.
Como afirma Sara Paín (1983)
O Psicopedagogo é um profissional preparado para tender crianças ou adolescentes com problemas de aprendizagem, atuando na sua prevenção, diagnóstico e tratamento clínico ou institucional. O psicopedagogo poderá atuar em escolas e empresas (psicopedagogia institucional) e na clínica (psicopedagogia clínica).
       Com a sua formação procura-se compensar as lacunas detectadas na formação inicial, tanto dos psicólogos como dos pedagogos, com abordagem e aprofundamento de aspectos teóricos e práticos específicos para a realização de tarefas tipicamente Psicopedagógicas, tarefas essas, que implicam o trato com uma gama de conflitos presentes no cotidiano escolar, na demanda clínica, nos programas sociais, nas políticas e outros. Nessa formação busca-se coletar e integrar as contribuições de diferentes campos do conhecimento, principalmente dos campos de conhecimentos psicológicos e educativos. Deste modo, a sua formação exige o domínio de conhecimentos e atribuições de diferentes âmbitos da Psicologia, das Ciências da Educação e outras, pois o contato com a pluralidade de culturas no campo do saber e a diversidade de cultura da vida cotidiana do professor possibilita diferentes trajetórias no trabalho desse profissional.
       O campo de trabalho do Psicopedagogo é caracterizado pelo processo de aprendizagem e de desenvolvimento das pessoas, como aprendem e se desenvolvem as dificuldades, os problemas, como também, as intervenções educativas que devem ocorrer nessa relação pedagógica. Essa intervenção Psicopedagógica é um mecanismo educativo que visa à articulação adequada das atividades escolares de ensino e de aprendizagem, às necessidades de formação integral e de desenvolvimento dos alunos.
O Pedagogo preocupa-se principalmente em construir as situações pedagógicas que tornem possível a aprendizagem; implementando os meios, as técnicas e as instruções adequadas para favorecer as correção da dificuldade apresentada pela criança.
O Psicólogo, em contrapartida, interessa-se pelos fatores emocionais que  interferem na aprendizagem da criança e no significado que a atividade cognitiva tem para ela. Dessa forma a intervenção pedagógica procura descobrir o que está originando as dificuldades e a construir as condições para que a criança possa  desenvolver-se melhor na sua aprendizagem.
O Neuropsicólogo é um especializado no estudo das relações entre o cérebro e o comportamento. Numa avaliação neuropsicológica são administrados testes que podem ajudar a determinar se o cérebro está funcionando corretamente. Diferentemente dos exames de imagens, como a tomografia computadorizada (TC) ou a ressonância magnética (RM) que mostram como são vistas as estruturas do cérebro, os testes neurológicos examinam o funcionamento do cérebro enquanto este realiza certas funções como, por exemplo, memorizar.
O Pediatra é o profissional encarregado de fazer o seguimento do desenvolvimento e a maturação física da criança e é quem pode alertar sobre certos atrasos ou situação particular do desenvolvimento que podem surgir :por sua vez, deve esclarecer as inquietações dos pais, pois são eles quem melhor podem observar o desenvolvimento dos seus filhos em comparação com as crianças que existem ao seu redor.
O Neurologista ocupa-se do estudo das anomalias do desenvolvimento do sistema nervoso. Recorremos ao neurologista em casos muito específicos como, por exemplo, quando existe uma suspeita de uma Síndrome do Déficit Atenção. Nestes casos uma avaliação neurológica é imprescindível. Todos estes profissionais têm a responsabilidade de orientar professores pais sobre a forma como podem colaborar. Portanto, nos primeiros sintoma de dificuldade no aprendizado procure um profissional para receber orientação adequada  para que seu filho não venha a ter prejuízo mais tarde.





terça-feira, 4 de junho de 2013

FRACASSO ESCOLAR, O QUE FAZER?

O fracasso escolar perturba profundamente a criança, pois sofre a pressão da família, dos professores, dos colegas, prenunciando seu insucesso na vida escolar.
A criança deixa o professor sem saber como trabalhar com ela. Ela não aprende, mas não apresenta qualquer incapacidade particular. A recusa em aprender é um ato agressivo diante de seu fracasso e frustração. Ao entrar na escola, a criança perturba-se devido à dificuldade que encontra na transição da família e do aprendizado informal, para o convívio com estranhos e o aprendizado formal.
Com o estudo, pudemos perceber que a escola tem muito ainda o que fazer para ajudar seus alunos.
Alguns exemplos são métodos inadequados de ensino, falta de percepção, por parte da escola, do nível de maturidade da criança, professores que não dominam determinados assuntos, superlotação das classes, dificultando a atenção do professor para todos os alunos.
Planos de prevenção nas escolas, com toda a equipe escolar, principalmente com professores e batalhar para que o professor possa ensinar com prazer para que o aluno também possa aprender com prazer são atitudes básicas com que as escolas deveriam preocupar-se.
Muitas dificuldades de aprendizagem são decorrentes de metodologia inadequada, professores desmotivados e incompreensivos, brigas e discussões entre colegas, entre outras. Volto a enfatizar que a escola deve ser a segunda casa do indivíduo, um lugar onde ele possa se sentir bem e entre amigos, contar com a professora sempre que precisar ou sempre que tiver um problema familiar. (outra causa de dificuldades de aprendizagem) e manter contato com os outros membros da equipe escolar, como coordenação pedagógica, por exemplo.
Se o aluno sente-se a vontade para conversar com a professora e lhe pedir opiniões ou mesmo ajuda é sinal de que as coisas andam bem na relação professor X aluno.
A escola é um dos agentes responsáveis pela integração da criança na sociedade, além da família. É um componente capaz de contribuir para o bom desenvolvimento de uma socialização adequada da criança, através de atividades em grupo, de forma que capacite o relacionamento e participação ativa das mesmas, caracterizando em cada criança o sentimento de sentir-se um ser social.
Se a criança não se envolve com o grupo ou este não a envolve, começa haver um baixo nível de participação e envolvimento nas atividades e, consequentemente, o isolamento que interferirá no desempenho escolar. O comportamento retraído de uma criança no ambiente escolar pode ser interferência do ambiente familiar.
A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da criança, por ter uma concepção socialmente transmissora de educação e de cultura, que transcende as habilidades educacionais familiares, além da responsabilidade e competência em desvendar para a criança o significado e o sentido do aprender.
As escolas devem buscar formas de prevenção nas propostas de trabalho, preparar os professores para entenderem seus alunos, diferenciar um a um, respeitar o ritmo de cada um. A escola deve ser um ambiente onde as crianças possam sentir-se bem, amadas e sempre alegres.
A metodologia da escola deve ser adequada, envolvendo seus alunos. E no momento em que surgir algum problema com algum aluno é importante que haja uma mobilização por parte da escola, a fim de que solucionem a possível dificuldade. A escola deve esforçar-se para a aprendizagem ser significativa para o aluno. Com isso todos tem a a ganhar, a escola, a família e principalmente a criança.
Esta será uma criança mais flexível, mais motivada e mais interessada em aprender.





sábado, 1 de junho de 2013

A DISORTOGRAFIA PREJUDICA O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ESCRITA.

A disortografia é um transtorno que prejudica o desenvolvimento da linguagem escrita. Trata-se especificamente da grafia, aquela criança que ao escrever faz substituição, omissão, acréscimo de letras ou sílabas ou separação ela pode estar apresentando um transtorno disortográfico.
Essa dificuldade atinge  as habilidades da linguagem escrita.  Traçado incorreto da letra, lentidão, alteração no espaço, sujeira e falta de clareza na escrita, inteligibilidade são alguns sinais da disortografia. Muitas pessoas também se queixam de dores nas mãos ou nos braços, pois fazem força para escrever, muitas vezes colocam tanta força que marcam varias paginas.  A pessoa que sofre de disortografia tende a escrever textos curtos, a ter dificuldade no uso de coordenação e subordinação das orações, dificuldade em perceber os sinais de pontuação, falta de vontade para escrever.
Sendo a disortografia um problema na escrita, veja abaixo alguns exemplos:
- Substituição:
Exemplo: “também” por “tabém”
- Omissão:
Exemplo: “A ponte” por “A pote”
- Acréscimo de letras ou sílabas:
Exemplo: “Tamanho” por “tamaim”
-Separação:
Exemplo: “Está embaixo da cama” por “Está em baixo da cama”
Ou “Caiu uma chuva” por “caiu um a chuva”
- Junção:
Exemplo: “A lua está entre as nuvens” por “Alua está entreas nuvens”
Considera-se que, até segundo ano seja comum às crianças se confundirem ortograficamente, dado que a relação com o som e a palavra escrita ainda não está dominada. Para que seja diagnosticada a disortografia, a criança não pode ter alterações intelectuais, sensoriais, neurológicas, motoras e afetivas. Esse é um transtorno funcional que afeta a forma, inteligibilidade, significado e o ritmo da escrita. Isto é, o desenho da letra não estará adequado à verdadeira escrita. A disortografia pode vir sozinha, ou seja, a pessoa lê e escreve bem, mas não consegue desenhar a letra de forma clara e limpa, como também pode aparecer junto com a dislexia. As pessoas com disortografia necessitam de atividades mais específicas e mais eficazes. É preciso intervenção fonoaudiológica, pois ao detectar essa dificuldade o educador deverá informar aos pais ou se os pais verificarem procurar logo uma psicopedagoga  o quanto antes para evitar o fracasso escolar. Verificando se a queixa se concretiza com disortografia a psicopedagoga encaminhará a fonoaudióloga.
Após uma avaliação fonoaudiólogica, a criança terá um plano de tratamento para que o distúrbio não seja um vilão na aprendizagem. É importante estimular a criança com exercícios para os ombros, cotovelos, punhos, mãos e dedos, podendo fazer uso de bolas, petecas, brinquedos… Esses exercícios também poderão ser feitos através de técnicas de percepção corporal como relaxamento, prancha de equilíbrio, materiais como argila, tinta, massinha, jogos.